O prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes (PSD), e outros quatro investigados da Operação Fake Care passaram a noite desta quinta-feira (9) na cadeia. Os cinco suspeitos foram presos preventivamente na manhã desta quinta e aguardam audiência de custódia, que deve acontecer nesta sexta-feira (10).

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Também nesta sexta, os investigados devem ser submetidos a novos depoimentos. A investigação começou há seis meses e apura suspeita de desvio de recursos públicos em contratos da área da Saúde em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Após estas etapas, o Ministério Público do Paraná (MPPR) pode oferecer denúncia contra os cinco suspeitos.
Foram presos o prefeito Marco Antonio Marcondes Silva, o secretário municipal da Fazenda Francisco Roberto Barbosa, os sócios da empresa investigada Samuel Antonio da Silva Nunes e Abrilino Fernandes Gomes, e o auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) Alberto Martins de Faria.
As equipes realizaram buscas nas residências dos investigados em Fazenda Rio Grande, na sede da empresa e no gabinete do prefeito. Durante a ação, foram apreendidos mais de R$ 200 mil em dinheiro, além de documentos, celulares e computadores. O valor foi localizado nas casas de Francisco Roberto Barbosa, Abrilino Fernandes Gomes e Alberto Martins de Faria.

Suspeitos envolvidos em fraude na Saúde
De acordo com apuração da Ric RECORD, Alberto Martins de Faria, auditor de controle externo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, é considerado o cabeça intelectual do esquema criminoso. Ele atuava na Escola de Gestão Pública e é proprietário de três empresas no Paraná, utilizadas, segundo as investigações, para movimentação e lavagem de recursos. Confira o susposto papel de cada um abaixo:
- Marco Antonio Marcondes Silva (prefeito) e Francisco Roberto Barbosa (secretário): suspeitos de autorizarem o processo de dispensa de licitação que beneficiou a empresa.
- Abrilino Fernandes Gomes: suspeito de atuar como intermediário entre prefeituras e a empresa.
- Samuel Antonio da Silva Nunes: era o proprietário formal da empresa, usada como laranja para ocultar os verdadeiros responsáveis.
- Alberto Martins de Faria: auditor do Tribunal de Contas, apontado como o chefe e autor intelectual do esquema.
Operação em Fazenda Rio Grande
A operação visa desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública na área da Saúde de Fazenda Rio Grande. Entre as investigações estão a suspeita de corrupção ativa e passiva, contratação direta ilegal, peculato e lavagem de dinheiro, por servidores públicos e particulares.
A investigação revelou que a organização criminosa atuava por meio de um modelo de contratação direcionada de empresa que fornecia serviços de testagem domiciliar (testes rápidos) e levantamento estatístico, valendo-se dessa manobra para desviar recursos públicos com a participação de servidores públicos do alto escalão mediante o pagamento de propina. O prejuízo total ao erário fazendense apurado até o momento ultrapassa R$ 10 milhões.
Foram expedidos mandados de prisão preventiva contra cinco indivíduos. Em adição, foi determinada a suspensão do exercício da função pública de quatro deles, e o consequente afastamento dos respectivos cargos.
Em nota, a Prefeitura de Fazenda Rio Grande informou que colabora com as investigações e o trabalho no órgão segue normalmente nesta quinta-feira (9), veja o documento na íntegra:
“A Prefeitura de Fazenda Rio Grande informa que está acompanhando o andamento do procedimento na manhã de hoje envolvendo a empresa contratada. Todas as informações e documentos solicitados pelas autoridades competentes foram prontamente fornecidos. A administração municipal permanece colaborando integralmente com as investigações e reforça seu compromisso com a transparência e o respeito à legalidade, como sempre pautou suas ações. As atividades da Prefeitura seguem normalmente, garantindo a continuidade dos serviços públicos essenciais à população”.
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