O prefeito de Fazenda Rio Grande, Marco Marcondes (PSD), e outros quatro investigados da Operação Fake Care passaram a noite desta quinta-feira (9) na cadeia. Os cinco suspeitos foram presos preventivamente na manhã desta quinta e aguardam audiência de custódia, que deve acontecer nesta sexta-feira (10).

Prefeito Marco Marcondes durante festa de Fazenda Rio Grande
Prefeito de Fazenda Rio Grande teve a prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (9) (Foto: Igor Barrankievicz/ Instagram @marcondeees)

Veja também: Veja tudo o que se sabe sobre investigação que levou à prisão do prefeito de Fazenda Rio Grande

Também nesta sexta, os investigados devem ser submetidos a novos depoimentos. A investigação começou há seis meses e apura suspeita de desvio de recursos públicos em contratos da área da Saúde em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Após estas etapas, o Ministério Público do Paraná (MPPR) pode oferecer denúncia contra os cinco suspeitos.

Foram presos o prefeito Marco Antonio Marcondes Silva, o secretário municipal da Fazenda Francisco Roberto Barbosa, os sócios da empresa investigada Samuel Antonio da Silva Nunes e Abrilino Fernandes Gomes, e o auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) Alberto Martins de Faria.

As equipes realizaram buscas nas residências dos investigados em Fazenda Rio Grande, na sede da empresa e no gabinete do prefeito. Durante a ação, foram apreendidos mais de R$ 200 mil em dinheiro, além de documentos, celulares e computadores. O valor foi localizado nas casas de Francisco Roberto Barbosa, Abrilino Fernandes Gomes e Alberto Martins de Faria.

Prefeito Marcos Marcondes, investigado em Fazenda Rio Grande, sorrindo em foto
Marcos Marcondes assumiu a prefeitura em 2022 (Foto: Igor Barrankievicz / reprodução / Marcos Marcondes / Instagram)

Suspeitos envolvidos em fraude na Saúde

De acordo com apuração da Ric RECORD, Alberto Martins de Faria, auditor de controle externo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, é considerado o cabeça intelectual do esquema criminoso. Ele atuava na Escola de Gestão Pública e é proprietário de três empresas no Paraná, utilizadas, segundo as investigações, para movimentação e lavagem de recursos. Confira o susposto papel de cada um abaixo:

  • Marco Antonio Marcondes Silva (prefeito) e Francisco Roberto Barbosa (secretário): suspeitos de autorizarem o processo de dispensa de licitação que beneficiou a empresa.
  • Abrilino Fernandes Gomes: suspeito de atuar como intermediário entre prefeituras e a empresa.
  • Samuel Antonio da Silva Nunes: era o proprietário formal da empresa, usada como laranja para ocultar os verdadeiros responsáveis.
  • Alberto Martins de Faria: auditor do Tribunal de Contas, apontado como o chefe e autor intelectual do esquema.

Operação em Fazenda Rio Grande

A operação visa desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública na área da Saúde de Fazenda Rio Grande. Entre as investigações estão a suspeita de corrupção ativa e passiva, contratação direta ilegal, peculato e lavagem de dinheiro, por servidores públicos e particulares.

A investigação revelou que a organização criminosa atuava por meio de um modelo de contratação direcionada de empresa que fornecia serviços de testagem domiciliar (testes rápidos) e levantamento estatístico, valendo-se dessa manobra para desviar recursos públicos com a participação de servidores públicos do alto escalão mediante o pagamento de propina. O prejuízo total ao erário fazendense apurado até o momento ultrapassa R$ 10 milhões.

Foram expedidos mandados de prisão preventiva contra cinco indivíduos. Em adição, foi determinada a suspensão do exercício da função pública de quatro deles, e o consequente afastamento dos respectivos cargos.

Em nota, a Prefeitura de Fazenda Rio Grande informou que colabora com as investigações e o trabalho no órgão segue normalmente nesta quinta-feira (9), veja o documento na íntegra:

“A Prefeitura de Fazenda Rio Grande informa que está acompanhando o andamento do procedimento na manhã de hoje envolvendo a empresa contratada. Todas as informações e documentos solicitados pelas autoridades competentes foram prontamente fornecidos. A administração municipal permanece colaborando integralmente com as investigações e reforça seu compromisso com a transparência e o respeito à legalidade, como sempre pautou suas ações. As atividades da Prefeitura seguem normalmente, garantindo a continuidade dos serviços públicos essenciais à população”.

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Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.