Curitiba - O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (SINDIMOC), Anderson Teixeira, e o ex-vereador de Curitiba Rogério Campos são réus em uma ação que investiga o desvio de aproximadamente R$ 600 mil dos cofres do sindicato. A investigação é resultado de um inquérito policial aberto em 2015, a partir de denúncias de filiados, segundo informações do repórter Ricardo Vilches, da RICtv.

Operação na casa do presidente do SINDIMOC
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa de Teixeira (Foto: Ricardo Vilches / RICtv)

De acordo com o Ministério Público, familiares de Anderson — incluindo a mãe, a enteada, o irmão e a atual esposa — foram nomeados como prestadores de serviço por Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA), com valores mensais entre R$ 900 e R$ 5 mil. Apesar dos pagamentos mensais, não há comprovação de que os serviços tenham sido efetivamente prestados.

O caso mais grave envolve a compra de uma chácara em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. A investigação aponta que o dinheiro usado na aquisição do imóvel, no valor de R$ 70 mil à época, foi desviado do sindicato. Parte do valor (R$ 50 mil) teria sido transferido por Rogério Campos, que era diretor financeiro do SINDIMOC na ocasião, diretamente de sua conta bancária. A propriedade foi registrada em nome da então namorada de Anderson Teixeira, hoje sua esposa.

Na manhã desta quinta-feira (4), o Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Anderson Teixeira. Ele e Rogério Campos agora respondem judicialmente pelos desvios apontados na investigação.Além disso, a promotoria pediu o afastamento de Teixeira do cargo de presidente do SINDIMOC. O pedido foi atendido pela Justiça que deve notificar o investigado.

Vídeo mostra cumprimento de mandados na casa do presidente do SINDIMOC

Operação aconteceu nas primeiras horas desta sexta-feira (04) (Vídeo: Ricardo Vilches / RICtv)

Presidente do sindicato nega acusações

Anderson negou as acusações, afirmando que as denúncias são tentativas de prejudicá-lo, e que a investigação foi motivada por disputas internas no sindicato. Ele nega ter usado dinheiro do sindicato na compra de uma chácara e afirma que sua esposa, mãe e enteada nunca trabalharam ou receberam do sindicato.

“Atuavam e recebiam pelo sindicato como RPA. Como eu comentei agora a pouco, esse é um processo que vem desde 2015, essas denúncias prosperam desde 2015. Quando foi investigado no NURSI, essas mesmas pessoas falaram que havia tudo isso. No NURSI, o relatório do NURSI deixou bem claro que nunca houve um ato ilícito dentro do sindicato que causasse enriquecimento ilícito da diretoria”, afirmou.

Do mesmo modo, o presidente do sindicato afirmou que está sendo vítima de uma perseguição política por causa das eleições no SINDIMOC.

“Eles estavam cumprindo um mandado de apreensão de drogas, armas e alguma coisa ilícita que pudesse ter dentro da minha casa, devido a denúncias que fizeram, como eu digo, em virtude até da própria eleição de sindicato, e isso infelizmente já se tornou uma rotina que sempre do ano que se intercede, as pessoas vão à delegacia tentando usar o Estado contra os diretores do sindicato para tentar denegrir a imagem, para poder aí, de repente, se sobressair em uma eleição de sindicato”, concluiu.

O que diz o ex-vereador?

Em entrevista ao repórter Ricardo Vilches, o ex-vereador de Curitiba Rogério Campos disse que a investigação “não tem cabimento” e que está tranquilo com sua própria consciência. Além disso, Campos afirmou que as denúncias contra ele não procedem.

“É um negócio que não tem cabimento, eu fico com a maior tranquilidade do mundo sobre esse assunto porque aquele famoso ditado o travesseiro é a tua consciência e eu estou bem tranquilo com a minha consciência que esse fato não procede, isso é algo que infelizmente pelo que vi ali, pelo que li agora é algo de 10, 11 anos atrás, uma denúncia de 10, 11 anos atrás que estão fazendo isso agora, um ano que antecede a eleição do sindicato, de novo quando vem a eleição do sindicato, opositores com essa mesma história”, afirmou.

Campos disse também que todas as suas contas estão disponíveis para a Justiça e que ainda não teve acesso ao processo.

“Um oficial de justiça nos procurou ontem e procuramos saber o que é, o que está acontecendo, né, é um processo que diz estar sobre segredo de justiça, mas eu li que é um processo, li inclusive através de vocês, que é um processo de 2015, que negócio confuso isso?”, concluiu o ex-vereador.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.