A Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) confirmou no final da tarde desta segunda-feira (25) que chegou a um acordo com os presidiários da Penitenciária Estadual de Cascavel, que permaneciam rebelados há aproximadamente 34 horas. Os termos do acordo ainda não foram detalhados para a imprensa, mas pelo menos 800 detentos devem ser transferidos para outros presídios do Estado. Cerca de 150 homens já foram retirados da penitenciária e levados para outras unidades.
O Juiz da Varas de Execuções Penais, Paulo Damas, chegou a confirmar no final da tarde desta segunda-feira que a rebelião chegou ao fim, mas os dois agentes carcerários feitos reféns só serão liberados quando as transferências forem concluídas. A Secretaria de Justiça só considera o fim da rebelião com a libertação de todos os reféns e o acesso total ao interior do complexo penitenciário.
Damas informou ainda que entre 15 e 20 pessoas morreram na rebelião. No entanto, esse número não foi confirmado oficialmente pela Secretaria de Justiça – até agora foram confirmadas quatro mortes, sendo duas pessoas decapitadas.
O presidiário porta-voz dos detentos na rebelião de Cascavel, Alessandro Meneghel, deu entrevista à Rádio CBN Cascavel na noite desta segunda-feira e disse que os presos temem uma invasão da PM. Ele garantiu que são apenas quatro mortos dentro do presídio. Porém, Meneghel afirmou que o comando da rebelião ameaça matar condenados por estupro, caso a PM invada o prédio.
A expectativa é de que os dados oficiais sejam divulgados numa entrevista coletiva da secretária de Justiça Maria Teresa Gomes, que está acompanhado as negociações entre a Polícia Militar e os líderes dos detentos.
Ônibus de diversas secretarias do Estado estão em frente ao presídio para realizar a transferência dos detentos. Segundo a Seju, os presos serão levados para unidades prisionais de outras cidades, como Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava e Curitiba.
Com o motim, as instalações da penitenciária ficaram bastante danificadas e entre 150 e 300 presos devem permanecer na unidade de Cascavel. Das 24 galerias da penitenciária, 20 estão destruídas.
As negociações tiveram início neste domingo (24) e foram interrompidas durante a noite, por decisão da Polícia Militar (PM) e da Secretaria Estadual de Justiça. A negociação direta com os presos é realizada por uma equipe especial da PM, juntamente com o diretor-geral do Departamento de Execuções Penais (Depen), Cezinando Paredes. Representantes da Seju, da OAB-PR e da Defensoria Pública participam à distância.
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