O PM foi levado de Curitiba a Londrina a fim de participar da audiência. (Foto: Reprodução/RICTV)

O policial é investigado por 14 homicídios e oito tentativas de assassinato; os casos são investigadas separadamente

*Redação Ric Mais com R7

Nesta segunda-feira (19), a Justiça de Londrina, no norte do Paraná, realizou a primeira audiência do policial militar Marcelo Bonfim Ledo, 38 anos, acusado de ter assassinado cinco homens em Tamarana, na mesma região do estado. As mortes são investigadas separadamente. Ele foi preso em janeiro de 2018.

A 1ª Vara Criminal de Londrina apura o homicídio de Everson Gomes, 28 anos, morto em março de 2017 em frente à Prefeitura Municipal de Tamarana. Assassinato que teria sido testemunhado, inclusive, pelo prefeito da cidade.

Foram ouvidas duas testemunhas de acusação, indicadas pelo Ministério Público do Paraná: uma suposta vítima do policial que teria conseguido escapar e um colega da Polícia Militar. A esposa de Everson também deveria depor nesta segunda, mas não compareceu ao local.

No próximo mês, dia 23, às 14h15, deverão ser ouvidas oito testemunhas de defesa e a companheira da vítima que faltou nesta primeira audiência.

Só então, a magistrada deverá decidir o futuro do réu. O processo poderá ser arquivado ou ir a julgamento pelo Tribunal do Júri. Não existe um prazo definido para o fim do processo.

Everson Gomes. (Foto: Reprodução/RICTV)

Everson foi morto no centro da cidade e durante o dia. (Foto: Reprodução/RICTV)

Os crimes

Marcelo responde a acusações formais sobre o assassinato de cinco homens, mas também é suspeito de outros nove homicídios e oito tentativas de homicídio.

O delegado Ricardo Jorge, da Delegacia de Homicídios de Londrina, disse em entrevista ao R7 no mês de janeiro, que o suspeito e seus crimes eram bancados por empresários da cidade. “Sabemos que ele é financiado por empresários e fazendeiros. Ele era contratado para eliminar pequenos criminosos”, falou na ocasião.

Uma das teses da Polícia Civil é que Ledo atuava como matador profissional: caso alguma pessoa invadisse uma casa ou roubasse um comércio, ele era chamado para matar o suposto criminoso. A Associação Comercial e Industrial de Tamarana nega qualquer tipo de envolvimento entre o policial militar investigado e empresários da cidade.

A principal linha de investigação da polícia é de que Ledo atuaria como uma espécie de justiceiro na cidade, mas outras possibilidades como a disputa de território pelo tráfico de drogas também estão sendo apuradas. Isso porque, segundo a polícia, o suspeito de atuar em parceria com policial militar é um traficante local assumido. “A winchester 22 que nós apreendemos era produto de furto”, disse Jorge. Ele chegou a ser apelidado de ‘justiceiro de Tamarana’ pelos moradores do município. 

Prisão

Em outubro de  2017, ele chegou a ser preso pelo crime cometido na praça, por outro assassinato e uma tentativa de homicídio. No entanto, em dezembro já estava nas ruas graças a um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

No dia 25 de janeiro de 2018, a 1ª Vara Criminal de Londrina expediu um mandado de prisão temporária contra o policial militar. Desde então, ele permanece preso no quartel da Polícia Militar em Curitiba, capital do estado.

Durante o último fim de semana, ele foi novamente levado para Londrina, com o intuito de participar da audiência desta segunda e das próximas que já estão programadas.

Afastamento da Polícia Militar

Lotado no 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina, Ledo está licenciado da corporação desde 2012, depois que foi atingido por disparos de arma de fogo. Para justificar o afastamento, o PM alegou problemas de sanidade mental e, desde então, continuou longe da polícia, hoje justificado por transtorno depressivo.

Modus Operandi

Segundo os investigadores do caso, o método usado era sempre o mesmo: o acusado se aproximava em um veículo branco e atirava contra as vítimas usando uma arma com silenciador.

Em um sítio da família foram encontrados um rifle, revólver calibre 38, uma Winchester 22 e uma pistola 9 milímetros.

Defesa

Ele sempre negou os crimes e sua defesa alega que não existem provas contra o cliente.

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