Procissão termina com tiros, uma pessoa ferida e motorista bêbado preso
Um motorista bêbado, um rapaz de 22 anos, causou uma enorme confusão na procissão de Sexta-feira Santa da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Hauer, em Curitiba. Ele avançou o carro em cima dos guardas municipais que faziam a segurança da procissão. Os guardas reagiram com tiros e um passageiro do veículo foi ferido por estilhaços do vidro do carro. Na procissão havia cerca de 400 pessoas, mas ninguém se feriu.
O caso ocorreu pouco depois das 20h na Rua Waldemar Kost, esquina com a Rua Major Theolindo Ferreira Ribas. Conforme o registro da ocorrência da Guarda Municipal, um Citroen C4 branco se aproximou da procissão em alta velocidade e de maneira suspeita.
Os guardas sinalizaram para que o veículo diminuísse a velocidade. Porém, dizem os guardas, o condutor acelerou e jogou o carro em cima do guarda municipal Baroni, que conseguiu se esquivar. Assim, o motorista fugiu em alta velocidade. Os guardas entraram na viatura e tentaram seguir o C4, porém dois quilômetros à frente, perderam o veículo de vista.
Os guardas então voltaram à procissão. Mas dizem que, 20 minutos depois, na Rua Frei Henrique de Coimbra, esquina com a Rua Professor João Soares Barcelos, o C4 apareceu novamente. Os guardas deram ordem de parada ao condutor, que novamente avançou o carro contra o guarda Baroni.
Em reação, o guarda deu três tiros contra o carro. Outro guarda também atirou contra o automóvel, tentando evitar o atropelamento do colega. Mas acabou atingido Baroni de raspão na perna esquerda. O motorista fugiu de novo, pela Linha Verde. Os guardas tentaram alcançá-lo de novo, sem sucesso.
Como os guardas conseguiram anotar a placa do C4, localizaram o endereço de registro do veículo e foram até lá. Encontraram dois, dos três ocupantes do automóvel lá. O passageiro, de 21 anos, estava ferido, pois foi atingido por estilhaços de vidro, de quando a janela do automóvel estourou com o tiro dado por um dos guardas. Uma ambulância foi chamada e o rapaz foi levado ao Hospital do Trabalhador.
No motorista do C4 os guardas fizeram o teste de bafômetro, que apontou 0,62 miligramas de álcool por litro de ar expelido, ou seja, ele estava bastante alcoolizado, o que configura crime de trânsito. Antes de ser levado preso em flagrante à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), ele afirmou que deixou o carro escondido na casa de um amigo, na Vila Guaíra. Os guardas foram até o local e apreenderam o C4.
Em seu relatório, a Guarda Municipal apontou contra o jovem os crimes de embriaguez ao volante, tentativa de homicídio, desobediência, resistência, perturbação de cerimônia religiosa, lesão corporal e ameaça. Na delegacia, o motorista foi autuado em flagrante por desobediência e por dirigir embiragado. O condutor permaneceu em silêncio no interrogatório. Não houve houve fiança arbitrada e ele segue preso.
“Não precisava atirar”
Apesar da versão dos guardas municipais, de que o motorista jogou o carro para cima da equipe por duas vezes, um dos passageiros do veículo contestou a afirmação dos guardas. Henrique Farias, irmão do motorista, também explicou ao repórter Marcelo Borges, da RICtv, que seu irmão estava apenas assustado porque, além de embriagado, assustou-se com o guarda apontando uma arma para ele. Henrique ainda afirmou que foi desnecessária a ação do guarda, em atirar no veículo.