O promotor do Ministério Público Luiz Hallvass afirmou na tarde desta terça-feira (01) que  já propôs recurso na Subsecretaria de Direito pedindo a revisão da sentença dada a Cleverson Pretreceli Schmitt, acusado pelo assassinato do escritor Wilson Bueno. O réu foi absolvido por 4 votos a 3 na madrugada desta terça-feira.

O escritor foi encontrado morto a facadas dentro de casa pelo seu irmão, em maio de 2010. O suspeito estava preso há três anos, após ter confessado o crime, mas foi absolvido pelos jurados por falta de provas materiais.

O promotor Luiz Hallvass explicou que a confissão feita pelo réu à polícia em 2010 não pode ser considerada legal, uma vez que no momento do depoimento Cleverson estava acompanhado de um advogado que tinha vínculo com a vítima. Dessa forma, a promotoria se baseou na confissão que o acusado deu à mídia e nas torres de celular que indicavam que o réu estava na casa de Wilson no momento do crime.

Segundo o promotor, a maioria do júri reconheceu o acusado como autor do crime, e não havia nenhuma tese da defesa que alegasse legítima defesa ou falta de provas. “Se a maioria do júri reconheceu que houve crime e afirmou também que o autor desse crime foi Cleverson, enquanto que a defesa afirma que o réu não é o autor dos golpes e que este sequer estava no local do crime no dia do assassinato, há uma contradição na tese da defesa”, argumenta Luiz Hallvass.

Um dos advogados de defesa de Cleverson, Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida, afirma que respeita o trabalho da promotoria, mas diz estar tranquilo de que o juiz reconhecerá a ‘Soberania dos veredictos’, que está assegurada na Constituição Federal. “Tivemos uma sessão exemplar, e a maioria do júri respondeu sim ao quesito específico, que pergunta se “o jurado absolve o acusado?”, a maioria disse que sim, a soberania dos veredictos tem que ser respeitada”,  afirmou.

Depois de ser apresentado ao juiz, se o recurso da promotoria for aceito, a defesa é intimada a apresentar as contrarrazões e, só então, o recurso segue para avaliação do Tribunal de Justiça. Caso os argumentos da promotoria sejam aceitos, a sentença desta terça-feira é anulada e um novo julgamento é marcado.