Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (25), a delegada Camila Cecconelo afirmou que Carlos Eduardo do Santos fingiu ser um produtor de programa infantil para atrair Rachel Genofre. “Naquele dia, ele chamou a menina para assinar os papéis no suposto escritório dele.”
Homem confessa assassinato de Rachel Genofre
Segundo Camila, em um primeiro momento o suspeito disse que preferia falar em juízo, mas os delegados explicaram que o exame de DNA já comprovava o crime e que a melhor opção seria ele dar a sua versão sobre o crime.
Para a polícia, Carlos Eduardo dos Santos afirmou que matou Rachel Genofre no mesmo dia que houve o abuso sexual e que tudo aconteceu no quarto do pensionato em que vivia, no centro de Curitiba.
“Ela começou a reagir, começou a gritar e nesse momento ele acabou cometendo o ato sexual e acabou matando Rachel Genofre.”
Ele contou que ficou com medo de outras pessoas escutarem os gritos da menina e, por isso, acabou sufocando e a matando. Sobre o cabelo que foi cortado, segundo a polícia na época, Carlos Eduardo afirmou que puxou com força os cabelos de Rachel Genofre enquanto tentava reagir e que isso pode ter arrancado.
Mala com corpo foi deixada na rodoviária para não levantar suspeitas
Para os três delegados que realizaram o interrogatório, o assassino disse que a mala foi deixada na Rodoferroviária de Curitiba para não levantar suspeitas. “Disse que quis deixar o corpo na mala e que era um local que ele poderia transitar com a mala sem levantar suspeitas.”
Para a delegada, Carlos Eduardo disse que “ficou um tempo olhando para ver se ninguém aparecia e depois saiu, abandonando a mala com o corpo da Rachel Genofre”
Trajeto que levou morte da menina
De acordo com a delegada Camila Cecconelo, o trajeto feito pelo assassino antes e depois do crime não será divulgado neste momento para preservar as investigações. “Nós estamos diante de uma pessoa que tem uma série de indiciamentos por estupro e costumava atacar vítimas dessa idade. Então, um exame vai dizer se estamos diante de uma pessoa com problemas mentais ou não.”
Em coletiva, a delegada afirmou que diligências estão sendo realizadas nesta semana para apurar a veracidade do depoimento de Carlos Eduardo dos Santos sobre a morte de Rachel Genofre. Além disso, ela afirmou que o assassino é divorciado, mas tem filhos.
“Não existem registros de denúncias de que ele teria sido investigado em algum momento. Trata-se de uma pessoa que não é do Paraná e que as testemunhas que conviviam com a Rachel não sabiam indicar que era do convívio da menina.”
Suspeito é identificado depois de 11 anos do crime
Carlos foi divulgado para à população como autor do crime no dia 19 de setembro de 2019. A identificação só foi possível em um trabalho conjunto com a integração da base de dados entre Paraná, São Paulo e Brasília.
O homem está na Penitenciária 2 da Comarca de Sorocaba e possui diversos crimes, incluindo suspeita de estupro, estelionato e adultério. Confira a linha do tempo de crimes do assassino clicando aqui!
Segundo informações da Sesp, o suspeito trabalhava como porteiro em São José dos Pinhais e diariamente fazia o mesmo trajeto que Rachel. Exames de DNA, com o material genético, comprovam a autoria do crime.
Rachel Genofre desapareceu após sair da escola
A menina desapareceu no dia 03 de novembro de 2008, após sair da escola, que fica na Rua Emiliano Perneta, no centro de Curitiba, e foi vista pela última vez na Rua Voluntários da Pátria, próximo à Praça Rui Barbosa.
O corpo foi encontrado na madrugada do dia 05 de novembro, dois dias depois do desaparecimento, dentro de uma mala, embaixo de uma escada na Rodoferroviária de Curitiba. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a pequena foi estuprada, agredida, queimada com cigarro e morta por asfixia.