Curitiba - O humorista Marcelo Alves dos Santos confessou à polícia o assassinato de Raíssa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, cujo corpo foi localizado nesta segunda-feira (9) após informações fornecidas por ele. A defesa afirma que o crime ocorreu sob “violenta emoção” e que não houve premeditação.

Caso Raíssa Suellen: corpo foi encontrado após suspeito confessar crime
Segundo a Polícia Civil, a localização do corpo só foi possível após o próprio investigado indicar o local onde havia enterrado a vítima. Ele compareceu espontaneamente à delegacia, acompanhado do advogado Caio Percival, que afirmou, em entrevista ao Balanço Geral Curitiba, da RICtv, que seu cliente quis colaborar com as investigações.
“Estamos falando de um crime passional e da autodefesa dele. Ele quis vir, colaborar com as investigações, mostrar onde o corpo foi enterrado, para dar o velório digno para a família”, declarou Percival.
O advogado ainda afirmou que o réu permaneceu em casa durante os sete dias em que Raíssa Suellen estava desaparecida e só procurou ajuda jurídica após ser intimado.
“Fomos contratados nessa madrugada, chamados às pressas para poder socorrê-lo. Nestes sete dias ele não fugiu, esteve em casa a todo momento, esperando o momento de ser intimado. Quando a intimação da delegacia chegou até a casa dele, ele nos procurou”, relatou.
Redução de pena
A defesa sustenta que a motivação do crime pode enquadrá-lo nas hipóteses previstas pelo Código Penal para redução de pena.
“A bem da verdade, nós temos o Código Penal, independente de estatura, de gênero, de cor, ele prevê uma possibilidade sim de, após uma injusta provocação da vítima, haver um domínio de violenta emoção. Essa emoção exacerbada que leva a uma diminuição de pena”, disse Percival.
Ele também destacou o estado emocional de Marcelo.
“É claro que nada disso justifica a morte dessa menina, enfim, mas é o que o Código Penal prevê e nós estamos aqui para colaborar com as investigações. Ele veio hoje com desassombro, de peito aberto, para contar tudo que aconteceu. Está muito emocionado, confessou tudo e mais um pouco, e quer efetivamente responder dentro dos limites da legalidade”, complementou.
A delegada Aline Manzatto, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou que a partir do depoimento e da localização do corpo, a prisão em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver foi solicitada.
“Como a gente tem a materialidade do crime, o que ele disse na delegacia se comprovou, então eu vou fazer o flagrante pela ocultação de cadáver, se trata de um crime permanente. E vou pedir a prisão preventiva dele, tendo em vista os fatos, a repercussão social do crime, por mais que ele tenha ido à delegacia, a repercussão permite esse tipo de conduta, até mesmo para garantir a integridade física do suspeito”, explicou a delegada.
A polícia segue investigando as circunstâncias do homicídio. Marcelo negou qualquer violência sexual contra RaíssaSuellen.
“Ele falou que nunca encostou nela, nem beijou na boca. Até expliquei que será possível verificar se tem saliva, sêmen, e ele falou que pode fazer os exames que não vai constatar nada disso”, concluiu Manzatto.
As apurações continuam para esclarecer os detalhes do caso.
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