Familiares dos detentos estavam na penitenciária no momento do início da rebelião. (Foto: Divulgação)

Um preso foi decapitado, e outro, morto; dois agentes continuam reféns

Três agentes foram feitos reféns em rebelião na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) na tarde desta quinta-feira (9), em Cascavel. A rebelião segue nesta sexta-feira e já dura mais de 15 horas. Os amotinados estão no telhado de um bloco do presídio. Eles queimaram colchões e destruíram parte da construção. Detentos também foram feitos como reféns.
 
Os rebelados chegam a centenas dos quase mil presos.
 
De acordo com a Polícia Militar, os detentos tomaram o pavilhão número 1 da penitenciária durante o motim. Na confusão, os presidiários conseguiram fugir da penitenciária. O número oficial de fugitivos não foi informado.
 
Ainda ontem, um dos agentes foi liberado, e nesta sexta os outros dois seguem reféns. A presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Petruska Niclevisk, está participando das negociações para a libertação.
 
O agente que ficou livre ontem apresentou diversos cortes, contusões e escoriações, mas está fora de risco. Ele saiu da UPA e foi encaminhado ao Hospital Universitário do Oeste do Paraná para exames.
 
Os agentes que continuam como reféns estão fisicamente bem, segundo Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP). 
 
Os presos estão desde ontem com a água cortada. Cinquenta deles foram transferidos para a Delegacia de Polícia Civil de Cascavel, e 152 deles, para a Penitenciária Industrial, que fica ao lado da PEC.
 
Um preso foi decapitado na confusão. De madrugada, outro também foi morto. A informação é da SESP.
 
Como se iniciou
 
Após o início da rebelião, o pelotão de choque (DEPEN), o SOE e socorristas do Siate também foram acionados. As primeiras fotos mostram detentos em cima do telhado na unidade, e em vídeos é possível ouvir a gritaria dos presos dentro do presídio.
 
Familiares de detentos que estão na Penitenciária Estadual de Cascavel estavam no local quando a rebelião iniciou. 
 
De acordo com informações de testemunhas, os familiares realizavam visita e entrega de alimentos quando começou a movimentação para a rebelião. Os familiares informaram também que alguns detentos gritaram para iniciar fuga. Diversas crianças estavam no local.
 
Os familiares foram então retirados do local por agentes penitenciários. 
 
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, cerca de 20 agentes trabalhavam na unidade, guardando aproximadamente 980 detentos. 
 
2014
 
Uma rebelião de agosto de 2014 terminou com saldo de 5 mortos e 25 feridos. O motim durou aproximadamente 45 horas. 
 
Naquele ano, dois agentes penitenciários foram feitos reféns. O motim destruiu quase toda a PEC, que tinha capacidade para abrigar 1.116 e tinha 1.040 presos quando a rebelião começou.