O empresário conhecido como “Valdecir Bolacheiro” foi assassinado a caminho do Fórum para uma audiência, em Nova Fátima, município do norte do Paraná. O vizinho dele identificado como Atito Fagundes e outras duas pessoas foram presas pelo crime, que aconteceu em março deste ano. O ‘Rei das Bolachas’ foi morto por pelo menos sete tiros na frente da própria fábrica. 

Empresário conhecido como “Rei das Bolachas” é morto a tiros antes de audiência em Nova Fátima. Vizinhança e brigas são foco.
Valdecir tinha o sonho de reativar fábrica de bolachas (Foto: arquivo / RICtv)

De acordo com as informações apuradas pela RICtv Londrina, Valdecir e Atito tinha, uma desavença por causa de uma cerca que separa as duas propriedades. A questão foi parar na Justiça. 

O empresário conhecido como Rei das Bolachas estava a caminho do Fórum, quando foi morto a tiros. Atito compareceu à audiência, mas não sabia que uma câmera de segurança flagrou imagens do carro que ele dirigia no momento do crime. 

Além do vizinho, foram presos também Maria Angélica Leoni e Aureliano da Silva Araújo. Colega de trabalho e aluno do principal suspeito do crime na auto escola onde Fagundes trabalhava no município de Congoninhas. 

'Rei das Bolachas' é morto a tiros a caminho do Fórum no norte do Paraná
Atito, Maria Angélica e Aureliano estão presos preventivamente (Foto: arquivo / RICtv Londrina)

Brigas antigas e atentados: entenda desavença entre empresário e vizinho 

Conforme a apuração do repórter Wesley Lemos, Valdecir e Atito moravam um de frente para o outro. As discussões entre eles começaram porque Atito alegava que teria direito a mais de três metros de terra e a vítima dizia que a metragem estava correta. 

Depois disso, foram várias brigas, boletins de ocorrência de ameaças e um atentado a tiros. A reportagem descobriu que em maio de 2024, Fagundes teria atirado contra o empresário, que não teve ferimentos. 

Além disso, o suspeito é apontado como responsável por atear fogo em uma plantação de mandioca de Valdecir. O caso foi para na Justiça. O assassinato aconteceu poucos minutos antes da primeira audiência. O empresário foi baleado no dia 18 de março, quando saia de casa para ir ao Fórum. 

O vizinho participou normalmente da audiência por videoconferência. Sem a presença do empresário, a audiência precisou ser cancelada. 

Como a polícia desconfiou do vizinho? 

A Polícia Civil do Paraná encontrou imagens que mostram uma Chevrolet Montana, sem placas, no local do assassinato. O ângulo do vídeo não mostrou o local exato dos tiros, o portão de saída da antiga fábrica onde a vítima morava. Uma outra câmera na entrada da cidade mostrou o mesmo veículo, desta vez com placas. O veículo pertence a Maria Angélica. 

Carro utilizado no crime foi apreendido em uma oficina mecânica
Carro utilizado no crime foi apreendido em uma oficina mecânica (Foto: câmeras de segurança)

Para a polícia, a mulher disse que mantinha um relacionamento amoroso com Atito, com quem trabalhava na autoescola, mesmo ele sendo casado com outra mulher. Conforme as investigações, eles foram vistos na manhã do dia do crime abastecendo a Montana. Os investigadores acreditam que ela sabia de tudo. 

Além disso, Maria Angélica sabia de tudo e disse que estava levando o carro para uma oficina mecânica. A polícia apreendeu a Montana no estabelecimento e encontrou duas pistolas e uma espingarda. Perto do freio de mão e embaixo do banco estavam munições, que pertence ao vizinho da vítima. 

A polícia descobriu que após a audiência ser cancelada, Atito foi embora com o irmão de Maria Angélica, que sem saber de nada, ofereceu carona em outra caminhonete idêntica a utilizada no crime. Eles teriam encontrado Maria em um posto entre Nova Fátima e Congonhinhas e ela então levou o suposto amante para outro município no carro da autoescola. 

Outro envolvido no crime 

Outro ponto importante nas investigações é que na imagem que mostra a Montana chegando em Nova Fátima havia um homem no banco do passageiro. Para a polícia, esse home é Aureliano da Silva, ex-aluno do suspeito. Ele estaria junto no momento em que o empresário foi morto a tiros e teria sido responsável por levar o veículo usado no assassinato para Congonhinhas. 

As investigações revelaram imagens de Aureliano conversando com Fagundes na frente da autoescola, em um Gol prata. O mesmo carro volta para o estabelecimento e busca Atito por volta das 15h, ou seja, depois do assassinato. A polícia acredita que eles foram na oficina buscar a Montana.  

Os três continuam presos preventivamente. Eles foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado. 

Quem era Valdecir, empresário conhecido como o ‘Rei das Bolachas’

Valdecir foi considerado o Rei da Bolacha no início dos anos 2000, quando vendeu biscoitos para o país. De acordo com Luma Lopes, filha da vítima, a família nunca imaginou que poderia acontecer algo com o pai por um motivo tão Banal. 

“A gente recebe tudo isso em forma de indignação, como um ser humano a ponto de armar, premeditar a morte de um outro. Então você desacredita do ser humano, nunca na vida eu iria virar para uma pessoa e falar, vamos matar fulano, seja lá o que for que tenha feito, sabe? Parece um pesadelo, o que a gente tá vivendo um filme de terror”.

Briga por terreno motivou assassinato de empresário em Nova Fátima (PR)
Briga por terreno motivou assassinato de empresário em Nova Fátima (Foto: reprodução / RICtv)

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.