Rússia, EUA e Reino Unido trocam acusações na ONU sobre armas químicas na Ucrânia
Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – Rússia, Estados Unidos e Reino Unido trocaram acusações na ONU nesta terça-feira (22) sobre a possibilidade de ataques com armas químicas na Ucrânia, mas não foram apresentadas evidências para fundamentar as suas preocupações.
Os comentários foram feitos por diplomatas a repórteres após a Rússia levantar a questão de um vazamento de amônia na cidade sitiada de Sumy, no nordeste da Ucrânia –culpando “grupos radicais nacionalistas ucranianos”– durante uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU. A acusação foi rejeitada por EUA e Reino Unido.
O vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, disse que as tropas russas “nunca planejaram ou realizaram ataques contra instalações ucranianas onde substâncias tóxicas são armazenadas ou produzidas”.
“Está claro que as autoridades nacionalistas da Ucrânia, encorajadas por países ocidentais, não pararão de intimidar seu próprio povo e encenar ataques falsos para acusar a Rússia”, disse Polyanskiy.
Foi a terceira vez que a Rússia levantou a questão de armas químicas ou biológicas desde que começou o que chama de “operação militar especial” em 24 de fevereiro para desmilitarizar a Ucrânia. O Ocidente e a Ucrânia dizem que isso é apenas um pretexto para invadir um país democrático.
“É difícil não concluir –dado seu histórico no Reino Unido, na Rússia contra Alexei Navalny, dado o que vimos na Síria– que isso pode ser um prelúdio para que os próprios russos criem algum tipo de ataque falso com armas químicas”, disse a embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, a repórteres.
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, rechaçou as acusações da Rússia como “ridículas”.
“Nossa preocupação é que isto seja um precursor para os planos da Rússia para usar armas químicas”, disse.
Uma fonte sênior de Defesa dos EUA afirmou na terça-feira que os EUA não viram nenhuma indicação concreta de um ataque iminente da Rússia com armas químicas ou biológicas na Ucrânia, mas estão monitorando a situação de perto.
(Reportagem de Michelle Nichols)