O Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba (Sigmuc) acusa a Prefeitura de Curitiba de maquiar viaturas já utilizadas pela corporação de Itajaí, em Santa Catarina, e entregar à população paranaense como novas. Os veículos, que ainda estão sendo preparados para a entrega, foram flagrados em operações no estado vizinho.
De acordo com o Sigmuc, um dos veículos flagrados em uma empresa de plotagem de Curitiba foi emplacado no dia 28 de março de 2019, em Santa Catarina. O proprietário consta como Cotrans locação de veículos.
“Não é possível saber em que condições estas viaturas foram submetidas, já que o uso severo destes veículos é justamente o que fundamenta sua substituição. Reaproveitar veículos, além de não ser inteligente, é um fator de risco”,
questionam os diretores do Sigmuc.
Ainda de acordo com a denúncia, alguns veículos contam com mais de 75 mil quilômetros, o que significa mais da metade da vida útil de um veículo usado em segurança pública.


“Diferentemente do que se observa em outras administrações, os contratos de locação de viaturas contemplam a entrega de veículos ‘zero quilômetro’”,
observa o sindicato, que ainda cobra o prefeito Rafael Greca em relação ao plano de carreira, inflação da remuneração, aumento de atribuições sem devidas compensações e descontos de previdência e de saúde.
Atualmente a frota da Guarda Municipal de Curitiba conta com 124 carros e 34 motocicletas. “Estão para trocar as viaturas Palio pelas Duste. Achávamos que estas viaturas seriam novas, porém, fomos surpreendidos com viaturas usadas”, comentou o Sigmuc.
Além disso, o sindicato revela outros problemas em relação a frota atual.
“Em relação ao contrato de locação de 83 viaturas, o problema é a troca e a manutenção que não é feita por quilômetro rodado, como ocorre em outras corporações policiais. Na Guarda Municipal de Curitiba, a é feita por tempo determinado, no caso 3 anos. Uma viatura policial com este tempo de uso está simplesmente caindo aos pedaços, pois atendemos diuturnamente, não paramos. Outro problema é a frota própria pois não há contrato de seguro vigente, e o contrato de manutenção é precário”,
comentou o representante do sindicato.
O que diz a prefeitura de Curitiba
Ao contrário do que diz o sindicato, de que o contrato previa viaturas zero quilômetro, a prefeitura afirma que os veículos podem ter até três anos de uso.
Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria de Administração e de Gestão de Pessoal (SMAP) informa que está prevista a substituição de veículos da frota da Guarda Municipal nos próximos dias.
Conforme o contrato de locação de veículos da frota oficial vigente, as viaturas devem ter, no máximo, três anos de uso, incluindo o ano de fabricação. Os veículos também devem estar com sua manutenção preventiva e corretiva rigorosamente em dia.
A previsão para substituição de 12 veículos da Secretaria da Defesa Social e Trânsito (SMDT) está programada para até o início do mês de novembro.
Está em fase de planejamento nova licitação dos serviços para substituição, em 2022, de toda a frota de veículos oficiais da Prefeitura de Curitiba.”