A família de Vitor Fiori, de 17 anos, pede por Justiça um mês após a morte do adolescente, que faleceu no hospital no dia 8 de agosto, três dias depois de ser baleado na cabeça. A Polícia Civil ainda não consegue explicar o que aconteceu com o jovem, o motivo de ele ter sido vítima de disparos de arma de fogo e quem o teria assassinado. Vitor foi baleado enquanto saia do escritório onde trabalhava, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, no dia 5 de agosto.
O adolescente estava indo do trabalho para casa quando foi abordado por um motociclista, que parou ao seu lado e deu dois tiros, no tórax e na cabeça de Vitor. Ele foi encaminhado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
“Eu sempre ia ia levar, ia buscar, nesse dia eu não sei por qual motivo eu não fui, eu fiquei a tarde inteira fazendo comida que ele gostava, fiz lasanha, fiz torta, e fiquei aguardando ele. E olhando no relógio. Aí de repente tocou o telefone, eu atendi, e o amigo dele falou ‘olha, o Vitor foi baleado'”.
contou a mãe de Vitor, Maria Terezinha Fiori.
No hospital, Vitor passou pela primeira cirurgia, que foi um sucesso, mas faleceu durante o segundo procedimento. “Depois da segunda cirurgia, que os médicos vieram todos lá, eu já imaginei, eu falei ‘pode falar, o meu filho está vivo?’, e ele [médico] falou ‘não, mãe, ele não resistiu'”, relatou Maria Terezinha, emocionada.
O irmão de Vitor, Jonathan Fiori, afirmou desconhecer qualquer problema que poderia ter motivado alguém a cometer o crime contra o adolescente. “Nunca esboçou nada de problema, não tinha problema com ninguém, a última pergunta que eu fiz para ele foi como estava o trabalho, ele disse que estava tranquilo”, disse o irmão. A mãe de Vitor busca por respostas. A princípio, a Polícia Civil descartou a hipótese de latrocínio e informou que a suspeita é de que o crime tenha sido uma execução. Não é possível confirmar, no entanto, a motivação ou identidade do suspeito.
“Eu me revolto, fico com raiva, mas fico com mais raiva de mim, com ódio de mim, porque eu não consegui proteger o meu filho, isso me dói muito, eu não consegui proteger o meu filho das maldades do mundo, do homem, sabe? A gente não tem maldade, a gente ensina os filhos da gente a ser honesto, a ser trabalhador, a ser estudioso, a fazer as coisas certas, e quando acontece isso a gente fica revoltado. Porque eu escutei falarem assim ‘mãe, o teu filho não tinha envolvimento com nada’, então se tivesse, tinha uma linha de investigação. Como ele não tinha, parece que a vida do meu filho foi em vão, parece que não existiu, parece que foi uma poeira que só dói em mim, no pai dele, na nossa família”.
desabafou a mãe, Maria Terezinha.
O pai de Vitor, Reginaldo Vitor da Silva, relembra com carinho dos gostos do filho que, agora, deixa somente memórias e lembranças: “Um guri muito amoroso, educado, não tinha maldade, o negócio dele era jogar video game, jogar futebol”, disse. A mãe, Maria, também recorda que o filho era dedicado com a família: “Todo dia eu saia de madrugada, porque eu trabalho de madrugada, ele estava deitadinho aqui, eu dava um beijo nele, falava ‘tchau, filho’, ele dizia ‘tchau, mãe, se cuida, te amo'”.
A família pede por Justiça, para que o suspeito seja responsabilizado pelo crime. “Eu não tenho ódio da pessoa, eu só quero que ele pague, do jeito que tem que ser. A gente não quer vingança, porque vai destruir mais a gente ainda”, disse a mãe. Ainda sem as respostas que procuram, os familiares seguem se recuperando da dor enquanto a polícia investiga o caso.
Para a equipe do Balanço Geral Curitiba, a Polícia Civil afirmou que uma das linhas de investigação é de uma briga entre adolescentes da região. Ainda, outra suspeita é de que Vitor tenha sido assassinado por engano. Denúncias podem ser feitas para a polícia, diretamente na delegacia de São José dos Pinhais, ou pelo Disque Denúncia, no 181.