
Daniel da Silva, 18 anos, está internado em estado grave sob forte escolta policial; Polícia Federal afirma que voo foi pago em espécie
O sobrevivente da queda do helicóptero que ocorreu em Joinville, na quinta-feira (8), foi preso em flagrante e está internado sob forte escolta policial, informou a Polícia Federal em comunicado nesta sexta-feira (9). Segundo a corporação, que assumiu o caso por se tratar de crime cometido a bordo de aeronave, Daniel da Silva, de 18 anos, é natural de Joinville e possui antecedentes policiais. Ele teve contra si lavrado um auto de prisão em flagrante pela prática dos crimes de exposição de aeronave a perigo, agravado pela queda e ocorrência de mortes, e de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. As penas máximas somadas podem chegar a 30 anos de prisão, sendo que tais tipificações legais podem ser complementadas durante o inquérito policial. Ainda conforme a PF, o local do acidente permanece completamente isolado para perícia, realizada na manhã desta sexta-feira pela PF, IGP (Instituto Geral de Perícias) e CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Voo foi pago em espécie
“Vale ressaltar que se trata de um trabalho meticuloso, que está sendo feito pela Polícia Federal com integração e apoio das forças de segurança estaduais, Polícia Civil e Polícia Militar, com constante troca de informações relativas à investigação entre PF e PC, sendo que, quanto à motivação da ação delituosa, apesar de já existirem fortes indicativos, somente será divulgada com o aprofundamento da apuração”, disse a corporação. Voo foi pago em espécie De acordo com a Polícia Federal, o voo de 50 minutos foi pago em espécie, por R$ 3.100. O helicóptero, que pertence à empresa Avalon Táxi Aéreo, presta serviços de fretamento para voos panorâmicos na região do Parque Beto Carrero World. Segundo informações de funcionários da empresa, na véspera do acidente duas pessoas haviam contratado o voo, cujo plano era decolar de Penha, sobrevoar uma área que seria de propriedade deles em Joinville, e retornar para Penha.
O acidente
Por volta das 16h de quinta-feira, o helicóptero da marca Bell, modelo 206B Jet Ranger III, fabricado em 2010, caiu no bairro Paranaguamirim, em Joinville, com quatro pessoas a bordo. Três morreram na queda: o piloto Antônio Mário Franco Aguiar, de 56 anos, o auxiliar de serviços, Bruno Siqueira, 21 anos, e um passageiro que ainda não foi identificado.
As informações iniciais da Polícia Federal dão conta de que a aeronave perdeu altitude repentinamente e caiu próximo ao local de uma barreira policial que era realizada no bairro. Imediatamente, policiais militares que atuavam na área correram para o ponto da queda e, ao chegar, observaram dois populares que haviam acabado de retirar do interior da aeronave um homem com vida. Logo em seguida, o helicóptero explodiu e se incendiou completamente, tendo sido localizadas duas armas de fogo, uma entre os destroços e outra nas proximidades. O sobrevivente, Daniel da Silva, teve queimaduras de segun do e terceiro grau nos braços, pernas e face.
Segundo o hospital, provavelmente também sofreu queimaduras nas vias aéreas. O sequestro da aeronave fazia parte de um plano para um resga te cinematográfico de um detento do Complexo Prisional de Joinville. É esta a principal linha de investiga ção da Polícia Civil. Logo após a decolagem, o piloto foi rendido e obrigado a seguir até Joinville. As torres de comando dos aeroportos de Joinville de Navegantes não foram informa das sobre o plano de voo. O piloto, no entanto, conseguiu acionar um equipamento do he licóptero que envia mensagens em caso de sequestro. O sinal foi captado em Curitiba, pela torre do aero porto Afonso Pena.
Após chegar em Joinville e antes da queda, tiros foram ouvidos. Em meio aos destroços do helicóptero, uma pistola e um revólver foram localizados. Daniel já tinha antece ‐ dentes criminais por tráfico de dro gas e cumpria pena no regime se miaberto. Recentemente ele deixou o Presídio Regional de Joinville.
Veja o momento da queda:
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