
Direção da Polícia Científica do Paraná afirma que vai nomear 130 novos servidores
O trabalho de investigação de crimes no Paraná pode ser prejudicado pelo atraso na emissão de laudos, causado pela falta de peritos. Segundo Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná, Sinpoapar, 17 mil materiais aguardam por perícia da seção de Computação Forense do Instituto de Criminalística de Curitiba, para que investigações criminais de diversos tipos possam ser concluídas. São celulares, tablets, notebooks, HDs, entre outros equipamentos eletrônicos.
Ainda segundo a entidade, são apenas 7 peritos em Curitiba para dar conta de 90% dos pedidos por exames periciais da Computação Forense do estado. Os outros 10% são distribuídos para as sessões de Londrina, Francisco Beltrão e Maringá. De acordo com o presidente do Sindicato, Alexandre Brondani, é necessário, com urgência, preencher cerca de 490 vagas da Polícia Científica do Paraná. Sem peritos e auxiliares, várias unidades do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) correm o risco de fechar as portas, afirma a entidade que representa a categoria.
Importantes investigações, segundo o Sinpoapar, estão paradas pela não conclusão de laudos periciais. É o caso do desaparecimento da jovem Andriely Gonçalves, de Colombo, cujo principal suspeito é o ex-companheiro dela, o PM Diogo Coelho. Outro caso que depende da conclusão de perícia em celulares é o da Miss Altônia, Bruna Zucco. A jovem de 21 anos foi morta junto com o empresário Valdir Brito Feitosa no dia 22 de março.
A Direção da Polícia Científica do Paraná se manifestou sobre as afirmações do Sindicato, e disse que deu início ao recompletamento dos quadros da instituição para nomeação de 130 novos servidores.
O que diz a polícia científica? Confira a nota na íntegra, enviada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná:
A Direção da Polícia Científica do Paraná informa que deu início ao recompletamento dos quadros da instituição após a decisão da governadora Cida Borghetti em nomear 130 novos servidores. Após estas nomeações, a Polícia Científica vai contar com mais de 400 estatutários – maior número de funcionários da história.
Somente neste ano, foram contratados 40% do efetivo total da instituição. Ainda sim, a governadora determinou um novo estudo, que tramita nas secretarias de governo, para chamar ainda mais funcionários concursados – a grande maioria deles peritos criminais. Desta forma, não procede a informação de fechamento de unidades da Polícia Científica do Paraná.
Com relação às perícias que estão represadas, a Direção da Polícia Científica aguarda a nomeação dos novos servidores para iniciar uma força-tarefa para gradativamente diminuir a fila de exames.
O caso de Andriely Gonçalves está passando por análise pericial, ainda sem data para conclusão dos laudos.
*Texto por Giulianne Kuiava, da RICTV Curitiba