
Em apenas dois meses, a quadrilha é suspeita de ter praticado sete roubos em Curitiba e região metropolitana
Nesta quarta-feira (22), a Polícia Civil derrubou uma organização criminosa especializada em roubos de cargas. A quadrilha é suspeita de cometer pelo menos sete roubos em Curitiba e região metropolitana.
Alvo dos criminosos eram cargas refrigeradas
De acordo com informações da Polícia Civil, a quadrilha tinha como foco as cargas refrigeradas para o transporte de carnes e derivados. O prejuízo dos roubos pode ter sido superior a R$ 3,5 milhões para as vítimas.
Hoje, os policiais da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas (DFRC), cumpriram nove mandados de prisão preventiva expedidos pela 5ª Vara Criminal de Curitiba.
Além disso, foram apreendidos oito veículos, sendo que um deles possuía uma câmara frigorífica e uma motocicleta de 160 cilindradas, além de um revólver calibre 38 e um aparelho utilizado para bloquear o sinal rastreador dos veículos que possuíam este mecanismo.
Com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Curitiba os mandados foram cumpridos nos bairros Sítio Cercado, Pilarzinho e Abranches. Em Campo Largo, a Vila Pompéia, e em São José dos Pinhais o alvo foi o Rio Pequeno. Além de Curitiba e região metropolitana, também foram emitidos dois mandados de prisão em Maringá e na cidade de Porto Belo, em Santa Catarina.
Delegado afirma que grupo suspeito era extremamente organizado
André Feltes, delegado-operacional da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) que coordenou as investigações, o grupo criminoso era extremamente organizado. “Cada um possuía funções dentro da quadrilha. Havia uma divisão interna de funções, havendo responsáveis pela abordagem da vítima, outros pelo bloqueio do rastreamento do caminhão, alguém para dirigir o veículo e outros para manter o motorista como refém até que o transbordo da carga fosse finalizado”, afirma o delegado.
Já os líderes do grupo acompanhavam todos os processos à distância, já que suas responsabilidades giravam em torno da venda das mercadorias roubadas aos receptores e interessados. “Além dos roubos que foram efetivados pelo grupo, nós contabilizamos outras dez tentativas. Em algumas delas, os motoristas chegaram a ser abordados, mas os suspeitos desistiram da carga por julgar que o carregamento era de baixo valor”.
Quadrilha tinha recursos valiosos para a realização dos crimes
A investigação afirma que a quadrilha possuía armas de fogo e coletes de proteção balística, além de variados recursos tecnológicos para roubar as cargas sem que o caminhão fosse imediatamente localizado. O delegado André Feltes afirma que os homens utilizavam de um aparelho “jammer”, chamado popularmente por “capetinha” ou “chupa-cabra”. “Esse aparelho pode neutralizar o rastreador via satélite GPS momentaneamente”, explica Feltes.
Prejuízo afeta transportadoras e a população
Alexandre Macorin, delegado-chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), relata que os crimes da organização criminosa refletem em um prejuízo para as transportadoras e para a população. “As perdas causadas pelos roubos somadas aos investimentos das transportadoras em segurança, com escoltas e equipamentos de rastreamento, e isso faz com que o produto final acabe ficando mais caro para o consumidor”, conclui Macorin.
Entenda a investigação
Inicialmente, a polícia apurava um crime de roubo na madrugada do dia 07 de junho, na BR 277, no contorno sul, no bairro CIC. No local, dois homens armados com pistolas renderam o motorista que transportava uma carga de carne bovina avaliada em cerca de R$ 150 mil. A vítima foi obrigada a dirigir até as proximidades do Ceasa, no bairro Umbará, e posteriormente foi mantida como refém.
A vítima permaneceu sob a mira de armas por aproximadamente seis horas até que os criminosos realizassem o transbordo da carga.
Além disso, no dia 1º de julho os suspeitos teriam roubado a carga de um caminhão que carregava dez toneladas de frios, também no Contorno Sul. A mesma situação e abordagem aconteceu com outro motorista no dia 28 de julho. Ele foi interceptado na Rodovia do Xisto, em Araucária, quando transportava uma carga de frango congelado avaliada em R$ 82 mil. No dia 2 de agosto, a vítima foi outro caminhoneiro que seguia para Itajaí, em Santa Catarina, foi abordado com aproximadamente 11 toneladas de carne bovina.
No dia 04 de agosto os criminosos realizaram o último roubo a um motorista de um caminhão que saiu da cidade de Tapejara, no Rio Grande do Sul (RS), com destino ao estado do Rio de Janeiro (RJ). A carga da vez seria de cortes de frango, e o motorista foi rendido no momento em que trafegava pela BR-116, no bairro Tatuquara. A vítima permaneceu como refém até a manhã do dia seguinte.
Assista à reportagem completa:
O Cidade Alerta Paraná conta como tudo acontecia.
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