Curitiba - A suspeita de raptar a pequena Eloah Pietra disse em depoimento que sentiu medo de voltar ao bairro Parolin, em Curitiba, para devolver a criança de 1 ano e 7 meses para a família. A mulher identificada como Leandra teve a prisão preventiva decretada neste domingo. 

Suspeita diz que teve medo de devolver Eloah no Parolin: “Vão me matar”
Leandra negou que raptou a criança durante o depoimento (Foto: reprodução / RICtv)

De acordo com Leandra, a mãe da criança tinha o contato dela e que pensou que seria morta caso voltasse ao bairro para devolver a pequena para a família. 

“Eu não tinha contato com eles, ela tinha o meu contato. Vi as reportagens, mas pensei: ‘Vou lá na favela e vão me matar’. Passei a noite em claro e não consegui chegar a nenhuma conclusão”, disse a mulher ao ser questionada sobre o motivo de não ter procurado a polícia. 

Veja o depoimento da suspeita de raptar criança:

Interrogatório de Leandra, suspeita de raptar Eloah – parte 06

Suspeita alega que mãe deixou Eloah de forma proposital 

Ainda durante o depoimento, Leandra afirmou que a mãe da pequena Eloah deixou a criança de forma proposital dentro do carro e saiu chorando. Segundo a mulher, tudo que fez foi com a intenção de ajudar a família, que não teria condições de cuidar da menina.

“Eu falei pra ela [Erica, mãe de Eloah], olha, eu estou disposta a ajudar no que puder. O que você precisa? Daí ela bem assim: ‘Tenho quatro filhos, e não tenho condições de nada, aí a minha filha mais nova ela só mama no peito, eu não tenho condições de fralda, eu vivo de doação, eu não tenho condição de comprar comida, tanto é que a menina nem começou a introdução alimentar’”, diz a suspeita para a polícia.

Moradores do Parolin celebram resgate de criança raptada: "Vitória de todos"
Eloah brinca na comunidade após ser devolvida à família (Foto: arquivo / RICtv)

Segundo Leandra, ela chegou ao bairro Parolin através do GPS enquanto estava testando o carro novo, utilizado na ação. A mulher teria trocado algumas palavras com Erica, mãe de Eloah, que atravessava a rua. E, com a intenção de ajudar a família, Leandra teria retornado para o local no dia seguinte, quinta-feira (23), perguntado onde morava Erica, e somente então ido até a casa. 

Ela diz ainda que Erica entrou no carro com Eloah e começaram a conversar. A suspeita afirma ainda que a mãe da menina alegou não ter condições de cuidar da criança. 

“E eu peguei e me ofereci, eu falei ‘se você quiser eu posso cuidar dela por um tempo, eu não tenho condições, eu recebo com um salário mínimo, eu não vou dizer assim pra você, olha, que eu vou te ajudar em dinheiro, porque não posso, eu posso te ajudar em outras coisas, mas eu posso cuidar dela enquanto isso”, afirma no depoimento.

Leandra então diz que Erica escreveu “de próprio punho” uma autorização para que a mulher cuidasse da filha por um tempo, e que passou o telefone pessoal para a vítima. A família da criança, porém, nega essa versão e afirma que Leandra se passou por uma agente de saúde, que dopou a mãe de Eloah e que levou a menina contra a vontade da família.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.