Durante a reconstituição do assassinato de Rafael Andrade, que estava sendo realizada na manhã desta terça-feira (24), na Colônia Acioly, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o delegado Fábio Machado decidiu cancelar o procedimento. Ainda não há data para que a reconstituição seja retomada, após a suspeita de envolvimento de uma terceira pessoa no crime. Agora, os dois suspeitos do homicídio e uma testemunha importante devem ser ouvidos novamente pela polícia para identificar quem está mentindo.
A pedido dos advogados dos acusados, Bruno Silva, de 20 anos, e Marcos Mouro, de 22 anos, os suspeitos não estavam participando da reconstituição e quem indicava como tudo teria acontecido era uma testemunha que teria presenciado toda a cena, esposa de Marcos. Porém, nesta manhã, o advogado do suspeito Bruno Silva foi até a Polícia Civil e afirmou que mais uma pessoa, o pai de Marcos Mouro, também teria participação no homicídio. Conforme a defesa de Bruno, o homem teria dirigido o carro que levou a vítima até o local onde as agressões aconteceram, e também teria agredido Rafael. Com a suspeita de que a testemunha estava omitindo informações da polícia ao deixar de mencionar o sogro, a reconstituição foi interrompida.
De acordo com a defesa de Bruno, ele ainda não tinha revelado essa informação para a polícia pois estava com medo. Agora, com advogados, ele decidiu abrir o jogo e falar sobre a participação do pai de Marcos. Durante o depoimento da esposa de Marcos e as indicações para a restituição, ela não havia contado sobre o sogro em nenhum momento. Diante do relato de Bruno, a mulher foi encaminhada para a delegacia para ser ouvida novamente pelo delegado e esclarecer a situação. Além disso, Bruno e Marcos também devem ser ouvidos novamente. Eles respondem em liberdade pelo crime de homicídio qualificado. A expectativa é de que em seu novo depoimento, Bruno explique o suposto envolvimento dessa terceira pessoa no assassinato.

O crime
Marcos, Bruno e a vítima, Rafael, eram amigos e estariam em uma confraternização na casa de Marcos. Na ocasião, Rafael teria pego a moto de Marcos e vendido o veículo em uma ponto de tráfico de drogas em São José dos Pinhais, por R$ 250. Ao saber da venda, que não havia sido autorizada, conforme as investigações, Marcos teria ido com a esposa e o amigo, Bruno, até o local, colocado Rafael no carro e levado a vítima até a Colônia Acioly.
No local, a vítima teria sido brutalmente assassinada, com facadas e pedradas na cabeça. O corpo de Rafael foi encontrado na manhã do dia 15 de agosto deste ano e ele estava com as mãos amarradas com um cadarço. Os moradores da região afirmaram para a polícia que ouviram gritos e o barulho de briga durante a madrugada.