O suspeito de assassinar o escritor Wilson Bueno, Cleverson Petreceli Schmitt, foi absolvido no julgamento do Tribunal do Júri, em Curitiba, por 4 votos a 3. A sessão durou mais de 15 horas, iniciou às 13h30 desta segunda-feira (31) e foi finalizada somente às 4h15 da madrugada de terça-feira (01). A promotoria pode recorrer da decisão.
O escritor foi encontrado morto com golpes de faca dentro de casa pelo seu irmão, em maio de 2010. O suspeito estava preso há três anos, após ter confessado o crime, mas foi absolvido pelos jurados por falta de provas materiais. A defesa do réu, feita pelos advogados Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida e Maurício Zampieri de Freitas, irá solicitar sua soltura imediata, uma vez que o mesmo não possui antecedentes criminais. “Estamos convictos da inocência dele”, disse o advogado Matheus.
A promotoria se baseou na confissão, na mídia e nas torres de celular que indicavam que o réu estava na casa de Wilson no momento do crime. De acordo com as investigações, o réu teria ficado irritado por não conseguir sacar o dinheiro e foi tirar satisfações com o escritor. Amigos e parentes de Bueno ficaram indignados com a absolvição de Cleverson.
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O resultado também surpreendeu a promotoria. O promotor Luiz Carlos Hallvass Filho estudará a prova técnica na tarde desta segunda-feira(01) para ingressar com recurso. Nas três perguntas feitas aos jurados antes da votação, eles responderam que houve crime e que o réu era o autor, mas disseram não pela condenação de Cleverson.
Escritor de projeção internacional
Wilson Bueno era considerado um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos. Entre as suas obras mais conhecidas está a coletânea de contos Bolero’s Bar. Ganhou projeção nacional e internacional, com a novela Mar Paraguayo, de 1992. Bueno foi O escritor foi o criador e editor, durante oito anos, do suplemento de ideias Nicolau, considerado o Melhor Jornal Cultural do Brasil pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1987. Também era cronista do jornal “O Estado do Paraná”, da revista “Ideias” e colaborador do caderno cultural do jornal “O Estado de São Paulo”.
