Antônio Sidnei da Silva Miranda, de 43 anos, suspeito de assassinar a ex-companheira Luanda Gardino, de 44 anos, se apresentou na delegacia de Polícia Civil do Alto Maracanã, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, e confessou o crime nesta quarta-feira (1º). O homem foi até a unidade policial acompanhado do advogado, falou com o delegado por cerca de 30 minutos e foi liberado.
Antônio não quis falar com a imprensa ao deixar a delegacia. De acordo com o advogado dele, o caso se tratou de “um erro” e afirmou que o cliente deverá arcar com as consequências. “Ele não é um meliante qualquer, é uma pessoa trabalhadora e, infelizmente, como ser humano, acaba cometendo alguns erros durante a vida. Infelizmente ceifou a vida de uma pessoa, mas vai arcar com as consequências disso”, afirmou o advogado Ronaldo Tszesnioski.
A família da vítima contou que a mulher havia se separado do suspeito, mas que ele não aceitava o fim do relacionamento. Conforme o delegado responsável pelo caso, Herculano de Abreu, uma discussão teria iniciado após Luanda mexer no celular por bastante tempo na presença de Antônio, na casa da vítima, no bairro Roça Grande, em Colombo.
“Nessa discussão ele acabou dando um mata-leão na mulher, apertou, e aí falou que apagou, não viu mais nada, não sabe o que ele fez, e diz ele que voltou a si só na casa dele, na hora que ele estava tomando banho, daí começou a lembrar, mas não lembrava do fato, lembrava até um pedaço”.
disse o delegado.
Luanda foi encontrada morta pelo cunhado, após a filha estranhar o sumiço da mãe. Antônio não tinha passagens pela polícia. Segundo a polícia, o suspeito deve ser indiciado por feminicídio.
Família
A filha de Luanda, Gabriele de Souza, contou que, no início, o relacionamento do casal era bom, mas que há cerca de três anos, o comportamento de Antônio começou a mudar. “No momento em que ele começou a querer proibir ela de ver a gente ela quis dar um basta, mas ele não aceitou”, contou Gabriele. “De brigar, de discutir por pouca coisa, ele sempre foi assim”.
“A única coisa que ela queria era ter eu, minha irmã, e os netos perto. A maior felicidade dela era ter a gente perto, a gente só queria estar perto, mas ele não permitia. Por causa dele a gente deixava de visitar, de marcar as coisas, porque a gente sabia que ele ia brigar com ela”.
disse Gabriele.
Camile Ferreira, sobrinha de Luanda, pede por Justiça. “Tirar a vida de uma pessoa por causa de umas mensagens não tem explicação”, disse ela. “Ela falava que ele tinha muitos ciúmes, extremo, que tinha vez que ela recebia vídeos das amigas dela e por ter nome de outro homem no vídeo ele já ficava enciumado, perguntava ‘quem é esse homem que está te mandando mensagem?'”, relatou Camile.
Caio Percival, advogado da família de Luanda, explicou que Antônio não ficou preso pois estava fora do flagrante e não tinha mandado de prisão contra ele.