Curitiba - Segundo a Polícia Civil do Paraná (PCPR), o suspeito de matar o jornalista Cristiano Luiz Freitas, de 45 anos, teria extorquido R$ 20 mil de outra vítima.

Os delegados da PCPR Ivo Viana e Fernando Zamoner concederam entrevista coletiva nesta quinta-feira (6) sobre o caso. Segundo as apurações conduzidas pelos dois, o suspeito tinha um modus operandi de coagir as vítimas.
“Ele identificava uma vítima, preferencialmente da vítima homossexual, chegar e a partir dali exercer a extorsão. O que ele teria que fazer no local, se precisava amarrar a vítima ou não, usar de violência ou não, depende muito do caso concreto. Se a vítima reagiu, não reagiu, se ela acabou consentindo. Às vezes ele acaba extorquindo de um modo moral, na divulgação da própria intimidade da vítima, o que já leva ela a acabar dando a vantagem financeira que a pessoa procurava”, explica Zamoner.
Os delegados ainda pontuaram que o suspeito agia com o auxílio de outras pessoas. Isso porque, nem todas as transferências bancárias oriundas de extorsões às vítimas eram feitas às contas pessoas do suspeito.
“Às vezes não foi para um destino só, esse caso (o de R$ 20 mil) foi para dois destinos diferentes, dois depósitos. Ele tinha por hábito acessar o telefone da vítima, a partir dali ele apagava todo o tipo de rastreio, de conversa que ele teve com a vítima, no aplicativo de relacionamento, ou no WhatsApp. Aí, com a vítima já em situação de vulnerabilidade, efetuava essas transferências bancárias”, complementa.
Os delegados pontuaram que ainda não é possível determinar as circunstâncias da morte do jornalista, bem como se o suspeito roubou o celular da vítima.
“Ao que tudo indica sim, eles conversaram ali pelo aplicativo WhatsApp, marcaram o encontro. Nós ainda estamos vendo, apurando para ver se eles já tinham uma conversa anterior, por outros aplicativos. Tudo leva a que aquele encontro tenha sido o primeiro. A única coisa que está em dúvida ainda é em relação ao aparelho celular da vítima, que não foi localizado na casa. Então, a gente trabalha também com essa hipótese do celular dela eventualmente ter sido subtraído”, finaliza.
Por fim, os delegados apontaram que ainda não foi finalizado o laudo de necropsia e por isso ainda não é possível confirmar a causa da morte do jornalista.
Vídeo mostra suspeito de matar jornalista chegando em delegacia
Quem era Cristiano Luiz Freitas, jornalista encontrado morto em Curitiba
Cristiano Luiz Freitas foi encontrado morto e amarrado na própria residência, localizada no bairro Jardim das Américas.
O jornalista teve passagens por diversos veículos e empresas do Paraná como a Gazeta do Povo, Grupo RIC Paraná, Espaço Teatro Regina Vogue e o Hospital Pequeno Príncipe.
Cristiano também tinha uma empresa de comunicação social e era especializada na cobertura de cinema, tendo recebido premiações na área como o Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, além de filmes exibidos no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro e Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis.
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