Curitiba - Taxistas realizaram um protesto em Curitiba nesta sexta-feira (14) após a morte do colega Alcir Rosa de Oliveira, de 65 anos, atropelado de propósito no Centro da cidade. O caso ocorreu na Rua Francisco Torres, no dia da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quando o movimento de passageiros estava mais intenso.

Segundo testemunhas, a confusão começou quando um morador de um condomínio da região esbarrou com o carro no veículo conduzido por Alcir. Ao sentir o impacto, o taxista desceu para verificar o dano. Nesse momento, o homem usou o próprio automóvel para atropelar Alcir em alta velocidade, arremessando-o.
Despedida e protesto
Alcir foi enterrado nesta sexta-feira, às 13h, no Cemitério Municipal Água Verde, em meio a homenagens e forte comoção. Após o sepultamento, taxistas iniciaram um protesto pelas ruas da cidade. A categoria cobra uma atuação efetiva da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) e pede que o motorista seja preso.
“A gente fica preocupado, né? O trânsito tá muito violento. As pessoas não têm mais paciência pra nada, qualquer coisa já quer partir pra cima. Tá muito perigoso e complicado. Ele era muito querido por todo mundo. Quarenta e nove anos de praça. É lamentável. A polícia tem que prender esse cara, ele tem que apodrecer na cadeia”, disse Marcos, amigo de Alcir.
“Usou o carro como arma”, diz sindicato
O vice-presidente do Sindicato dos Taxistas do Paraná, César Bueno, reforçou que Alcir não estava estacionado irregularmente.
“Existe uma diferença entre estacionar o veículo e parar para embarque e desembarque. Estacionar é deixar o carro e sair. Ele estava dentro do veículo, trabalhando, o que é permitido pela lei. Aí o cara deu um ‘totozinho’ no carro dele e atropelou. Usou o carro literalmente como uma arma”, afirmou.
Suspeito tem 25 anos e ainda não se apresentou
O homem apontado como autor do atropelamento tem 25 anos. Ele ainda não se apresentou à Delegacia de Delitos de Trânsito, mas já contratou um advogado. A Polícia Civil investiga o caso.
Segundo o advogado da família de Alcir, as imagens coletadas não deixam dúvidas sobre a dinâmica do crime.
“Vimos algumas pessoas dizendo que ele ficou amedrontado com o seu Alcir, mas as imagens são claras: o taxista desceu para verificar a batida no carro e, quase que instantaneamente, foi atropelado e arremessado. Juridicamente, não há como enquadrar de outra forma que não seja homicídio consumado”, afirmou.
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