Um forte terremoto atingiu o centro da Itália durante a madrugada desta quarta-feira (24) e deixou dezenas de mortos. (Foto: Ansa)

As cidades mais afetadas foram Amatrice, Accumoli, Arquata del Tronto e Pescara

Um forte terremoto atingiu o centro da Itália durante a madrugada desta quarta-feira (24). Até agora, foram confirmados 73 mortos, mas as estimativas não oficiais apontam que o número deve ser maior. Os números e previsões foram divulgados no começo da tarde pela Devesa Civil. As cidades mais afetadas foram Amatrice, Accumoli, Arquata del Tronto e Pescara.

Pelo menos 35 pessoas perderam a vida em Amatrice, 11 em Accumoli e 17 foram encaminhadas para hospitais de Ascoli Piceno em estado gravíssimo. Entre as vítimas, uma criança de três anos que foi retirada com vida dos escombros, mas morreu a caminho do hospital.

“É um cenário apocalíptico. Eu nasci em Amatrice e ao sobrevoar a cidade não tenho expressões para descrever o que vi, o que estamos vendo. Ruas inteiras destruídas. Uma cidade sob escombros”. Este é o testemunho de Simone Regno, editor da agência de notícias Ansa que sobrevoou a região na manhã de hoje.

O tremor foi registrado às 3h36 (hora local) com epicentro a 2 quilômetros da cidade de Accumuli, situada a 145Km de Roma, onde o sismo também foi sentido.

Dezenas de pessoas seguem desaparecidas e muitas equipes trabalham na tentativa de encontrar sobreviventes entre os destroços.

O prefeito de uma das cidades mais destruídas pelo terremoto, Amatrice, disse à TV italiana (RAI) que metade da cidade não existe mais. “Estamos vivendo um pesadelo. Para piorar a situação o hospital municipal não está em condições de ser utilizado. A situação aqui é muito dramática, muitas pessoas ainda estão sob os escombros”, acrescentou.

A avenida principal desta cidade simplesmente desapareceu.

Os feridos recebem os primeiros socorros na rua e são transferidos de ambulâncias para Rieti, a 60Km de Amatrice.

Vinte refugiados africanos que estão vivendo em um abrigo em Monteprandone, na região de Marcas, partiram ao amanhecer para trabalhar como voluntários em Amandola, outra cidade bastante afetada pelo terremoto.

“Foram eles que pediram para ajudar neste momento trágico para a região que os abriga”, afirmou Paolo Bernabucci, dirigente do Grupo de Solidariedade Humana, órgão criado para atender milhares de pessoas que pedem refúgio quando entram no país todos os anos.

A Itália é um dos principais focos da crise migratória que afeta a Europa, resgatando todos os dias dezenas de pessoas em embarcações superlotadas no Mar Mediterrâneo.

A Embaixada do Brasil na Itália ainda não recebeu informações de brasileiros que possam estar entre as vítimas do terremoto.