Curitiba - Durante anos, o bairro Caximba, localizado no extremo sul de Curitiba, foi considerado uma das regiões mais violentas da cidade, com altos índices de tráfico de drogas e homicídios. Um levantamento da RICtv Record, com base em relatórios da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, registrou 64 homicídios no bairro entre 2014 e junho de 2024.
De acordo com o delegado Victor Menezes, da Polícia Civil do Paraná, a maioria dos assassinatos na região está relacionada ao tráfico de drogas, disputas de território e cobranças de dívidas. Nos últimos anos, diversas operações policiais foram realizadas para combater a criminalidade. Além disso, medidas como o remanejamento de famílias foram implementadas para modificar o contexto da região.
Durante investigações, foram identificados diversos grupos criminosos. Nos últimos meses, um grupo específico foi apontado como responsável por execuções no bairro. A identidade dos integrantes foi revelada após um homicídio ocorrido em janeiro de 2024. Seis pessoas, incluindo um adolescente, assassinaram José Ademilson de Souza sob a suspeita de envolvimento em abuso sexual.
Veja o momento em que José Ademilson de Souza é espancado
Suspeitos do Tribunal do Crime são identificados
Os suspeitos foram identificados como Márcio Roberto da Silva, conhecido como Coringa; Antonio Ricardo Caboski Junior, conhecido como Irmão Kaique; Fábio Rodrigues da Silva, conhecido como Satã; Artur Guilherme Souza Santos, conhecido como Dadinho; e Diana Kraemer Bueno. Além deles, um adolescente de 15 anos também teve participação confirmada no crime.
Pouco mais de um mês após o homicídio de José Ademilson, outro assassinato ocorreu no Caximba. Gustavo Ferreira Siqueira foi morto com um tiro na cabeça. Segundo as investigações, ele era usuário de drogas e acumulou uma dívida de mais de R$ 3 mil, o que teria motivado sua execução. Logo após o crime, uma ligação anônima para a Polícia Militar afirmou que o homicídio havia sido ordenado pelo “Tribunal do Crime”.
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Durante o inquérito, uma testemunha relatou ter ficado cinco dias trancada em uma casa aguardando uma decisão sobre sua execução. No dia em que Gustavo foi morto, ela seria a próxima. Segundo o depoimento, após ouvirem o disparo que matou Gustavo, os criminosos amarraram suas mãos e a levaram para fora. Ela afirmou que acreditava que também seria morta.
Outros criminosos identificados
Com base nesses relatos, a polícia mapeou outros criminosos atuantes na região. Os suspeitos Coringa, Kaique, Satã e Dadinho foram presos ao longo das investigações, e o adolescente foi apreendido. Diana Kraemer Bueno, esposa de Márcio Roberto da Silva, segue foragida.
O delegado Victor Menezes afirmou que a prisão dos integrantes do grupo representa uma resposta significativa contra os homicídios na região e pode contribuir para a redução da criminalidade no Caximba.
“Muitos líderes do Caximba já foram presos. O que, inclusive, observa-se é que criminosos mais antigos em até um aspecto disciplinar mais forte, tinham uma proximidade com o estatuto da organização criminosa mais forte, eles foram presos. E veio uma nova geração que é mais indisciplinada. Se você reparar nos crimes que eram cometidos antes, inclusive com ocultação de cadáver, cemitérios clandestinos, nos últimos dois casos de 2024 que nós tivemos, o que aconteceu foi uma execução sumária de forma totalmente desorganizada no meio da rua”, disse o delegado.
Veja a reportagem completa:
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Repórter
Jonathas Bertaze é formado em Jornalismo desde 2023, pós-graduado em Assessoria, Gestão de Comunicação e Marketing e especializado na cobertura de pautas de Segurança, como crimes e acidentes, além de Cotidiano e Loterias, com resultados da Caixa Econômica.
