Júri do caso da psicóloga morta a mando do PCC é remarcado pela segunda vez

por Julia Cappeletto
com supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 21 set 2021, às 22h40.

O julgamento dos acusados pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo foi remarcado pela segunda vez nesta terça-feira (21). O juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba definiu que o julgamento deve acontecer no dia 31 de janeiro de 2022, a partir das 9h.

A nova sessão será realizada no auditório da sede da Justiça Federal, em Curitiba. Além disso, o sorteio dos jurados deve acontecer somente em 13 de janeiro do ano que vem, às 14h.

O pedido para que as datas fossem remarcadas foi feito pela defesa de um dos acusados, que alegou incompatibilidade de agenda.

O julgamento dos acusados pelo assassinato de Melissa foi anulado durante o sexto dia, em 28 de agosto, após a apresentação de documentos pelo Ministério Público, sem o conhecimento da defesa dos réus. Até a data, 14 testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas, além de seis de defesa e duas testemunhas do juízo.

Crime e motivação

A psicóloga Melissa de Almeida Araújo tinha de 37 anos quando foi assassinada quando chegava em casa, acompanhada do marido, o policial civil Rogério Ferrarezzi, e do filho, à época com 10 meses, no dia 25 de maio de 2017.

Armados com pistolas 9mm, modificadas para rajadas de 30 tiros, os atiradores seguiram a vítima e surpreenderam o casal. Rogério conseguiu reagir e, mesmo ferido com vários disparos, matou um dos envolvidos. Já Melissa foi executada com dois tiros na face dentro da residência, para onde havia corrido. A criança não ficou ferida.

Melissa, o marido e o filho foram emboscados quando chegavam em casa. (Foto: Reprodução/Grupo RIC)

Melissa era psicóloga da Penitenciária Federal de Catanduvas, também no oeste do Paraná, desde 2009. De acordo com as investigações, o assassinato seria parte de uma ação do PCC para desestabilizar os sistemas prisionais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).

A organização considerava que o regime aplicado nessas unidades era opressor e não aceitava a falta de regalias ilícitas para os detentos como, por exemplo, a entrada de celulares.

Melissa foi escolhida por ser considerada um alvo fácil. Antes dela, outros dois agentes penitenciários já haviam sido executados pela facção com o mesmo objetivo.

Veja quem são os acusados e por quais crimes respondem:

  • Edy Carlos Cazarim: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e também receptação dolosa e incêndio doloso.
  • Wellington Freitas da Rocha: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, organização criminosa, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito, e receptação dolosa;
  • Elnatan Chagas de Carvalho: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munições e acessório de uso restrito;
  • Roberto Soriano: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, além de tentativa de homicídio triplamente qualificado;
  • Andressa Silva dos Santos: réu por homicídio triplamente qualificado e organização criminosa.

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