A Polícia Civil concluiu a investigação sobre os três torcedores atleticanos envolvidos na morte do paranista Diego Henrique Raab Gonciero, de 16 anos, em julho de 2012. Os acusados Fábio Marques, 33 anos, e Gilson da Silva Teles (conhecido como “Barba Ruiva”), 28 anos, voltaram a se apresentar na Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), na tarde desta segunda-feira (07), em Curitiba, e agora seguem em prisão preventiva.. O advogado da torcida organizada “Os Fanáticos”, Juliano Rodrigues (ou “Sucke”), 42 anos, já estava em prisão domiciliar desde 24 de março.

“Conseguimos provar como as coisas aconteceram e prender os envolvidos. A arma usada era do ‘Sucke’. Quem deu o disparo foi o Marques e quem dirigiu o carro foi o Teles”, contou o delegado-titular da Demafe, Clóvis Galvão, destacando que a prisão de “Sucke” também foi convertida de temporária de 30 dias para preventiva. Ele explicou que agora com o inquérito concluído, aguarda um posicionamento do Poder Judiciário.

O membro da Fanáticos, Fábio Marques, 33 anos, se apresentou anteriormente na Demafe como sendo o autor do crime. Ele foi ouvido, mas liberado, já que não havia contra ele mandado de prisão nem flagrante. Ele disse que matou o rapaz com outra arma, todavia, o laudo do Instituto de Criminalística diz o contrário e “Sucke” continuou preso.

De acordo com a polícia, “Sucke” teve participação na morte de Gonciero, membro da torcida Fúria Independente, do Paraná Clube. O laudo do Instituto de Criminalística apontou que o projetil que tirou a vida do adolescente saiu de um revólver de calibre 38 registrado em seu nome.

Segundo o delegado-titular da Demafe, o crime ocorreu devido a rixas existentes entre torcidas organizadas, tanto do Atlético quanto do Paraná Clube, como entre a Gangue da Ilha e da Torcida Jovem, ambas do Sport Clube do Recife, em Pernambuco.

No dia do crime, jogavam em Curitiba, no Couto Pereira, Coritiba e Sport. Membros da Gangue da Ilha vieram até a cidade e foram recebidos com festa e churrasco por integrantes da Fanáticos, sua aliada. O mesmo ocorreu com os integrantes da Torcida Jovem, que foram recepcionados por membros da Fúria.

Por volta de 12h30, integrantes da Fúria e da Torcida Jovem faziam um churrasco na sede da organizada do Paraná Clube, próxima à Vila Capanema, momentos antes de irem ao jogo, no estádio. Três carros passaram atirando contra eles e atingiram o adolescente de forma fatal. “Eles vestiam camisas da Fanáticos. Desde então iniciamos a investigação. Conseguimos junto ao Poder Judiciário quebras de sigilos telefônicos e mandados de busca e apreensão na casa de todos os líderes da torcida. Na casa de ‘Sucke’ encontramos uma pistola 380 e um revólver 38″, contou Galvão.

“Temos informação de que isso foi uma vingança, já que há oito anos, a Fanáticos e a Torcida Jovem tiveram problemas num jogo em Recife. Na época, inclusive, ‘Sucke’ foi agredido pelos torcedores pernambucanos”, lembrou o delegado, destacando que as investigações seguem no sentido e identificar os outros ocupantes dos carros que dispararam contra a sede da Fúria.

Proibida

A Fanáticos está proibida por seis meses de levar aos estádios de futebol do Brasil suas faixas, camisas, bandeiras ou instrumentos musicais que a identifiquem. A medida foi determinada em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), feito entre a organizada e o Ministério Público Estadual, após o confronto entre torcedores do Atlético e do Vasco, no final do ano passado, em Joinville (SC), na última rodada do Campeonato Brasileiro. A Demafe, em trabalho conjunto com as polícias de Joinville e do Rio de Janeiro, foi responsável pela prisão de 17 torcedores no último dia 19 de dezembro.