O caso dos quatro homens desaparecidos em Icaraíma, no Noroeste do Paraná, mobiliza autoridades desde o início do mês de agosto. O mistério ganhou novos contornos na última sexta-feira (12), com a descoberta do carro utilizado pelas vítimas, enterrado em um bunker, contendo vestígios de sangue, um objeto com um nome não revelado e marcas de disparos de arma de fogo. Até o momento, nenhum corpo foi encontrado.

O mistério começou quando Alencar Gonçalves de Souza, Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso, não enviaram mais notícias após irem até uma chácara para cobrar uma dívida de R$ 250 mil. Acompanhe abaixo.
Desaparecidos de Icaraíma: início do caso
- 4 de agosto: Diego Henrique Afonso saiu de Olímpia, interior de São Paulo, acompanhado de Rafael Juliano Marascalchi e Robishley Hirnani de Oliveira, moradores de São José do Rio Preto (SP). O trio viajou até Icaraíma com o objetivo de cobrar uma dívida de R$ 250 mil referente à negociação de uma propriedade rural.
- 5 de agosto: O grupo se encontrou com Alencar Gonçalves de Souza e seguiu até a chácara onde fariam a cobrança. Após o primeiro contato com o devedor, ficou combinado um retorno no dia seguinte. No entanto, nenhum contato foi estabelecido após o meio-dia, momento em que começaram a ser registrados os primeiros sinais do desaparecimento.
- Após o desaparecimento: As famílias registraram boletins de ocorrência e as buscas iniciais começaram, envolvendo Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
Carta misteriosa
Uma carta anônima deixada na porteira da residência do pai de Alencar Gonçalves de Souza, um dos rapazes desaparecidos em Icaraíma, no Noroeste do Paraná, ajudou a revelar a localização de onde estaria o carro. O bilhete foi deixado no local na quinta-feira (11).
Na carta, em que a Ric RECORD Maringá teve acesso, o autor descreve onde estaria o carro das vítimas. No final do texto, o autor pede que o papel não seja entregue para a polícia de Icaraíma. A carta foi entregue para agentes da Polícia Federal (PF), que repassaram informações para as equipes de investigação. Veja o que estava escrito na carta anônima abaixo:
“Senhor, Carlito (pai de Alencar). Os corpos dos homens estão no sítio da dona Anunciada, Estrada Jundiá, na mata do Tenente, dentro do carro enterrado. O sítio é a 500 metros da igrejinha à esquerda. Eu investiguei um suspeito e ele me falou (sobre a localização do automóvel). Não fala para a polícia de Icaraíma”, diz a carta.
Além disso, a carta finaliza indicando com quem o pai de Alencar deveria falar, no entanto, não é possível identificar.

Ainda na quinta (11), foram realizadas buscas, porém, na sexta (12), quando os trabalhos foram intensificados, o carro dos desaparecidos de Icaraíma foi encontrado enterrado em um bunker. O veículo foi localizado a cerca de 8 km do pesqueiro da família Buscariollo, onde as vítimas foram vistas pela última vez no dia 5 de agosto.
Descoberta do veículo em um bunker
A Polícia Militar Ambiental, com o apoio da Polícia Civil, encontrou uma Fiat Toro branca enterrada em um bunker, a aproximadamente 9 km da propriedade de Antônio e Paulo Buscariollo, suspeitos de envolvimento no caso. Segundo o tenente Guilherme Schnaider, da Polícia Militar, a equipe isolou o local, realizou escavações e aguardou a chegada das demais forças de segurança para procedimentos periciais.
O delegado Gabriel Menezes, da Polícia Civil, confirmou que o veículo apresenta diversas marcas de disparos de arma de fogo na lataria e no para-brisa, além de vestígios de sangue.
O automóvel está sob custódia da Polícia Civil, e os trabalhos periciais ainda não foram concluídos. No entanto, segundo apuração da Ric RECORD, os corpos não estavam dentro do carro.
Repercussão familiar e reforço nas equipes de buscas
As famílias dos desaparecidos foram informadas sobre a descoberta. Meire Souza, esposa de Rafael Juliano Marascalchi, desabafou:
“Foram horas muito difíceis para nós. Precisei ser medicada. Vamos continuar em oração. Deus não perdeu o controle.”
As buscas seguem em andamento, com atuação conjunta da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. De acordo com o delegado Gabriel Menezes, as operações incluem o uso de cães de faro e estão programadas para continuar à tarde, após a chegada da equipe especializada de Curitiba.
As investigações permanecem sob sigilo e detalhes sobre suspeitos ou motivação não foram divulgados, mas há suspeitas de que o crime tenha ligação direta com a cobrança da dívida de R$ 250 mil.
Situação atual
O caso segue sendo um dos mais acompanhados no Noroeste do Paraná, com forte mobilização policial e repercussão nacional. Até o momento, o que se sabe é:
- Quatro homens desaparecidos desde 5 de agosto;
- Carro das vítimas encontrado enterrado em bunker com sinais de sangue e tiros;
- Nenhum corpo localizado até o momento;
- Buscas continuam ativas na região;
- Nenhum suspeito ainda foi preso pelo crime.
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