Turistas fazem fila em heliponto e pagam até R$ 30 mil para deixar São Sebastião
Turistas que estão ilhados em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, por causa dos desastres causados pelas chuvas durante o feriado de Carnaval, fizeram fila no heliponto pertencente ao empresário Abílio Diniz, na manhã desta terça-feira (21). Eles aguardavam sua vez para deixar o local, já que as estradas estão bloqueadas por causa dos deslizamentos. Alguns vôos de São Sebastião a São Paulo podem chegar a custar de R$ 10 mil a R$ 30 mil.
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Diniz, que tem um apropriedade na região, liberou o seu heliponto, um dos únicos da região, para uso após a tragédia. Isso gerou momentos de “congestionamento” de aeronaves que aguardavam no ar até a liberação para pousar no local. Enquanto isso, entre malas e animais de estimação, crianças, adultos e idosos seguiam na “fila” de embarque.
Conforme apurou a reportagem, a maior parte dos voos eram particulares, contratados por turistas “endinheirados” que tentam deixar a cidade depois do desastre natural. Em uma empresa de táxi aéreo que oferece o serviço de voo entre São Sebastião e a capital paulista é possível contratar uma aeronave a partir de R$ 10 mil, podendo chegar a R$ 30 mil, dependendo do número de passageiros e do tamanho do veículo.
Apesar do aumento no tráfego aéreo, os helicópteros não ficavam mais de 10 minutos parados no heliponto. Com a demanda em alta, aeronaves pousavam, deixavam doações e logo partiam com os turistas.
De acordo com a assessoria do empresário Abilio Diniz, o heliponto está sendo usado para levar e trazer ajuda e mantimentos para os atingidos. Até o momento, foram realizados cerca de 60 voos com mantimentos ao local, e mais de 5 toneladas de água, alimentos e produtos de primeira necessidade foram transportados.
Diniz também se pronunciou sobre o caso nas redes sociais. “Temos casa na região e estamos chocados com tanto sofrimento. Mas a solidariedade do povo brasileiro é contagiante, de emocionar. Mesmo em meio aos caos, temos visto muita gente sem medir esforços para ajudar de alguma forma. Assim que soubemos da tragédia, enviamos dinheiro, mas centenas de pessoas feridas e desabrigadas precisavam de médicos, medicamentos, água, comida e outros bens para sobreviver. Montamos uma operação de guerra com nosso time da Península e já fizemos mais de 40 voos levando mantimentos e pessoas para São Paulo”, escreveu.
Ajuda humanitária
Os helicópteros que pousam no heliponto de Camburi, em São Sebastião, traziam mantimentos, água potável e outras doações para as vítimas dos deslizamentos na cidade. Um grupo de voluntários auxilia no escoamento dos donativos que eram transportados por ônibus escolares da cidade e direcionados às vítimas na região.
Em São Paulo, o ponto de desembarque de quem vinha do litoral era o Helicidade Heliporto, no bairro do Jaraguá, noroeste da capital.
Por Wesley Gonsalves