
De acordo com o que apontam as investigações, um eletricista estaria marcado para morrer após brigar com Luiz Henrique, de 25 anos, no início de 2019
O plano de ataque dos atiradores responsáveis pelo massacre de Suzano, que aconteceu no dia 13 de março, dizia que cada um dos jovens deveria matar um desafeto antes de realizarem o crime na Escola Raul Brasil, na Grande São Paulo.
Quem seriam os alvos?
De acordo o que aponta as investigações do caso, o alvo de Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, seria um vizinho. Já o de Guilherme Taucci, de 17 anos: o próprio tio, que inclusive veio a óbito após levar três tiros pelas costas do sobrinho em uma revendedora de carros que trabalhava.
O indivíduo escolhido por Luiz Henrique seria um eletricista de 25 anos, que se envolveu em uma briga com o jovem no início de 2019. Na manhã do crime, o atirador chegou a ir atrás dele, mas o possível ataque acabou não acontecendo.
Como eram vizinhos, os dois se conheciam desde sempre. “Luiz Henrique vinha agredindo o próprio pai, pois ele o aconselhava a não fazer ‘coisas erradas’, tais como gastar dinheiro à toa”, relata o homem em depoimento à Polícia Civil, obtido pela reportagem. “O depoente precisou intervir para separar a briga entre Luiz e seu pai, quando precisou agredir Luiz”.
Atirador tinha raiva do vizinho
Após a situação, o atirador tinha raiva do vizinho, segundo o documento. Menos de uma semana antes do massacre, eles se cruzaram, por acaso, em um shopping – Guilherme Taucci. também estava no local. “Ambos não falaram com o depoente, apenas balançaram a cabeça quando o viram, em sinal negativo”.
Às 8h10 do dia 13, cerca de 1h30 antes da tragédia na Raul Brasil, Luiz foi até a casa do eletricista e encontrou o portão trancado. O atirador começou a chamá-lo insistentemente. Ele, no entanto, não atendeu à porta e continuou dormindo. Luiz decidiu ir embora.
Motivação do massacre
Segundo a investigação, o ataque foi inspirado no massacre de Columbine, nos EUA, que terminou com 15 mortos em 1999 – a meta dos atiradores seria superar esse número. Jogos de videogame e fóruns de ódio na dark web, a parte mais escondida da internet, também teriam influenciado.
Além disso, o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Pontes, disse que os jovens queriam reconhecimento dentro da própria comunidade e publicidade na mídia. De acordo com Pontes, eles pretendiam mostrar que eram tão cruéis quanto os atiradores de Columbine.
O delegado minimizou a hipótese de que um suposto bullying sofrido pelos jovens tenha motivado o massacre. No entanto, depoimentos de pessoas próximas a Guilherme Monteiro afirmaram que ele era alvo de comentários jocosos por causa de acne no rosto. Segundo relatos, o jovem fez tratamento de pele.
Assista ao vídeo após massacre
No local, um vídeo gravado por uma testemunha mostra momento de pânico após o massacre. Nas imagens, alguns corpos são registrados, além de gritos e desespero por parte dos adolescentes.
Massacre deixou dez mortos
O ataque deixou dez mortos, dos quais duas funcionárias da escola, seis alunos e os criminosos, que se mataram depois do massacre. Outros 11 feridos foram encaminhados a hospitais, sendo que oito ainda continuam internados.
Lista de vítimas
Na tarde desta quarta-feira (13), uma coletiva de imprensa conduzida pela Polícia Civil (PC), divulgou o nome das dez vítimas do massacre, que incluem também os dois responsáveis pelo massacre.