"Um ex-marido com muito ódio", advogado da família de Ana Paula fala sobre assassinato

por Daniela Borsuk
com informações do repórter Tiago Silva, da RIC Record TV
Publicado em 25 jun 2021, às 14h24.

Nesta sexta-feira (25), o advogado da família de Ana Paula Campestrini, a mulher de 39 anos que foi assassinada a tiros enquanto chegava em casa no bairro Santa Cândida, em Curitiba, na terça-feira (22), falou sobre suas impressões sobre o caso. Jeffrey Chiquini afirmou que muitos elementos comprovam a autoria do crime, que denominou como “bárbaro”. Wagner Cardeal Oganauskas, ex-marido da vítima, é suspeito de ser o mandante do crime, que teria sido executado por Marcos Antônio Ramon.

São inúmeros os motivos que deram causa a este crime bárbaro, já estamos nos inteirando da investigação, já posso adiantar à todos que há inúmeros elementos de autoria, são vastos os elementos de autoria que comprovam inclusive o mando e a execução deste crime”, disse o advogado.

Chiquini ainda listou quais motivos a família de Ana Paula acredita que tenham levado ao homicídio e que a qualificadora “motivo torpe” pode ser inserida na acusação contra os suspeitos.

“Os motivos são vários. Estão em um processo antigo de família, que inclusive o juiz daquele processo de família já percebeu que este fato poderia ocorrer. Entendemos que o motivo primordial, o estopim, é uma situação financeira. Tentam, inclusive, caminhar para um ciúmes, mas isso, somado a todo o ódio que ele tinha de Ana e, principalmente, essa motivação financeira que qualifica o crime como motivo torpe”.  

Disse Jeffrey Chiquini.

O advogado Chiquini afirmou que no processo judicial da família haviam R$ 60 mil em pensões atrasadas e que Wagner chegou a manifestar sua vontade em não partilhar os bens com a ex-esposa, Ana Paula, com quem ficou casado por 17 anos e teve três filhos.

“Um ex-marido com muito ódio de sua ex-esposa, que em um processo cível briga pela partilha de bens que lhe é de direito, briga naquele processo com ofensas, inclusive ao juiz, dizendo que não quer pagar nada à sua ex-esposa”.

relata o advogado.

Wagner e Marcos Antônio foram ouvidos pela polícia na tarde de quinta-feira (24) e ambos negaram qualquer tipo de envolvimento com o crime. Marcos Antônio, suspeito de ser o atirador que assassinou Ana Paula, foi o primeiro a ser ouvido e foi interrogado por cerca de 1h15 na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O ex-marido da vítima, Wagner, falou por 2h30 sobre o relacionamento do casal, que estava separado há cerca de três anos, e o processo judicial sobre o divórcio, que vinha se arrastando na Justiça.

Nesta sexta-feira (25), os suspeitos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer um exame de lesão corporal. As investigações da Polícia Civil seguem e deve ser realizada nesta tarde uma perícia na sede do clube Sociedade Morgenau, onde Wagner é presidente e Marcos Antônio é diretor administrativo e financeiro.