O vendedor de picolé que manteve a esposa dez anos em cárcere privado em Paranaguá, Litoral do Paraná, ameaçava constantemente a mulher para conseguir mantê-la na residência. Segundo investigação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), o suspeito chegou a dizer que se a vítima saísse de casa “acabaria morta”.

Casa em que vendedor de picolé manteve esposa em cárcere privado em Paranaguá, no Litoral do Paraná
Mãe da vítima foi responsável por denunciar o caso à Polícia Civil. (Foto: Reprodução Ric RECORD Curitiba)

“Nós acreditamos que esse sujeito incutiu na cabeça dela que ela não podia sair de casa, por risco de vida. Nós acreditamos que essa narrativa foi contada pelo convivente dela. Nós perguntamos se ela tinha autorização para sair de casa sem ele e ela disse que ela tinha medo de sair sem ele. Inclusive ele falou que não tinha necessidade dela sair de casa sem ele”, explicou a da Polícia Civil Maluhá Soares de Miranda Silva.

A delegada relatou que até mesmo quando foi acompanhar os policiais à delegacia, a mulher não se sentia confortável em colocar os pés no quintal. Mas após auxílio dos agentes, a vítima foi até a central encontrar a mãe.

Em entrevista a repórter Beatriz Frehner da Ric RECORD Curitiba, vizinhos do vendedor de picolé e da esposa disseram que nunca viram a mulher na região. Isso corrobora com a linha de investigação da Polícia Civil que a vítima não saía da residência e desmente depoimento do suspeito, no qual ele aponta saídas da companheira para ir à igreja e consultas médicas.

“Ela sempre ficou dentro de casa. Só saía se a gente precisava, como ir ao médico. Sempre sai comigo, às vezes no fim de semana. Ela é caprichosa, é de oração. Não precisava sair sem mim. Quando saía, saía com o marido”, disse o suspeito à Polícia Civil.

Mãe disse que vendedor de picolé casou com mulher sem que “ninguém soubesse” antes de cárcere

Casa em que vendedor de picolé manteve esposa em cárcere privado em Paranaguá, no Litoral do Paraná
Vendedor de picolé foi preso em flagrante pela Polícia Civil. (Foto: Reprodução Ric RECORD Curitiba)

Em depoimento à Polícia Civil, a mãe da vítima de cárcere privado relatou que a relação entre o vendedor de picolé e a filha só foi conhecida após o casamento deles.

“Um dia ele chegou e disse que tinha casado com ela, mostrou a certidão de casamento. Ele me pareceu ser uma pessoa boa. Por alguns meses ele foi na minha casa, brincava com a gente”, relatou a mulher.

Mas com o passar dos anos, a mãe e o restante da família perdeu o contato com a vítima e em todas as tentativas de aproximação o suspeito conseguia manter a esposa isolada.

“Várias vezes de eu ir na casa deles, ela dizer que não me conhecia, ele não deixar ela falar comigo. Eu chamava, pedia pelo amor de Deus, venha falar comigo, eu sou sua mãe. Ela dizia que eu não era mãe dela e que ele não queria que ela falasse comigo”, complementou a mulher.

A Polícia Civil seguirá na investigação do caso para apurar se o vendedor de picolé cometeu outros crimes contra a esposa, além do cárcere privado. O suspeito está preso preventivamente em Paranaguá e aguarda audiência de custódia para saber se responderá ao processo em liberdade ou detido.

Já a vítima está recebendo atendimento médico e psicológico e deve ficar com a mãe durante esse processo.

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do Ric.com.br. Clique aqui

Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.