Donaldo Seling (sem partido), vereador da cidade de Maripá, no oeste do Paraná, que proferiu ofensas homofóbicas contra o ator Paulo Gustavo durante uma sessão plenária da Câmara Municipal, teve o mandato suspenso por 30 dias, sem receber salário no período. A decisão foi dos vereadores da cidade, durante sessão plenária na noite desta quarta-feira (14), com base na quebra de decoro do parlamentar, diante da violação dos princípios democráticos e da dignidade humana.
A votação dos vereadores para decidir o assunto foi secreta. Eles marcaram sua escolha numa cédula de papel e depositaram numa urna. Dois oito vereadores votantes, sete foram a favor da suspensão. Houve uma abstenção e nenhum voto contra. A suspensão vale a partir do dia 2 de agosto, ou seja, começa após o recesso parlamentar, que ocorrerá nas próximas duas semanas.
Os vereadores ressaltaram, nas atas das reuniões que tiveram para decidir o futuro de Seling, que a punição escolhida é o que havia disponível no regimento interno da Câmara Municipal. Ainda entre as punições disponíveis no regimento havia a cassação do mandato. Mas os vereadores entenderam que cassação não era a penalidade adequada para o caso.
Homofobia
No dia 3 de maio, durante a sessão plenária, Seling falava sobre o Dia das Mães quando se referiu à relação entre Paulo Gustavo e o marido, o médico Thales Bretas, como “essa porcaria”. O casal gay possui dois filhos, o que levou o vereador a dizer que “esta coisa moderna não serve para mim: um é marido e o outro é marido também, não podemos pregar esse tipo de coisa. Tem que saber quem seria a mulher dos dois, para poder agradecer no dia dos pais. Quem é a mãe das duas?“, debochou.
Seling ainda chamou o casal de “essa porcaria”:
“Não podemos perder o que há no coração de uma mãe, o que há de mais bonito de uma família unida: pai e mãe, não marido com marido ou marida com marida. Não sei como fala essa porcaria, do tanto que odeio isso. Então é triste você ver falar. Eu sou da época que homem é homem e mulher é mulher”, disse Donaldo.
Além da suspensão do mandato por 30 dias sem receber salário, Seling também foi expulso do seu partido, o Cidadania, além de ser denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) pelo crime de ódio.
Assista à sessão que decidiu pela suspensão:
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