Curitiba - O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou os três vigilantes suspeitos de espancarem até a morte um homem em situação de rua. O caso foi registrado em 26 de junho, em um posto de combustível de Curitiba. Câmeras de segurança flagraram as agressões, embora a defesa dos denunciados nega todas as acusações contra eles.

Câmera de segurança mostra posto de combustível em que três vigilantes teriam espancado homem
Vítima chegou a ficar com o crânio exposto. (Foto: Reprodução/Câmera de Segurança)

Segundo investigação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), os vigilantes e o homem em situação de rua tiveram uma discussão, sendo que a vítima teria dito palavrões contra os três homens. A partir disso, os profissionais iniciaram uma série de agressões.

Câmeras de segurança mostraram que as agressões duraram cerca de 15 minutos. A vítima foi agredida com uma barra de metal, martelo e cassetete, sendo que a maioria dos golpes foi na região da cabeça. Devido aos ferimentos, a caixa craniana do homem em situação de rua ficou exposta.

As investigações ainda apontaram que após o crime, os vigilantes teriam mexido na cena do crime, lavando a área, bem como todos os objetos utilizados para agredir a vítima.

Além disso, um dos vigilantes ainda teria ameaçado uma testemunha das agressões. O denunciado teria dito ”quem é X9 sabe como morre” e “você não tem medo de morrer?” à vítima, na tentativa de fazê-la desistir de testemunhar no processo.

Os três vigilantes foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado (por motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima) e fraude processual, e um deles também por coação no curso do processo. O Ministério Público ainda pediu a manutenção da prisão preventiva a todos eles.

Defesa de vigilantes suspeito de espancarem até a morte homem em situação de rua nega acusações

policial civil do paraná, com arma na mão, ao lado de viatura
Investigação da Polícia Civil mostrou que uma das testemunhas do processo foi ameaçado por um dos denunciados. (Foto: Fábio Dias/EPR)

A defesa dos três vigilantes denunciados por espancarem até a morte um homem em situação de rua negou as acusações contra eles. O advogado Junior Ribeiro ainda apontou que os fatos citados na denúncia do Ministério Público “não retratam a realidade e serão devidamente contestados no processo”.

Ribeiro ainda cita que a apuração precisa “considerar o contexto completo do ocorrido e não apenas recortes de imagens ou versões parciais”.

Confira a nota da defesa na íntegra:

O advogado Junior Ribeiro, responsável pela defesa de Eduardo José Silva dos Santos, Jadson da Conceição e Kauan Luiz Anacleto Vieira, esclarece que os fatos narrados na denúncia do Ministério Público não retratam a realidade e serão devidamente contestados no processo.

Os três réus, todos profissionais de segurança privada, negam que tenham agido com a intenção de matar e refutam as qualificadoras imputadas. A defesa reforça que não houve motivo torpe, meio cruel ou recurso que impossibilitasse a defesa da vítima, sendo fundamental que a apuração considere o contexto completo do ocorrido e não apenas recortes de imagens ou versões parciais.

Quanto à acusação de fraude processual, os réus negam a prática de qualquer conduta para obstruir a investigação ou induzir o juiz a erro. Da mesma forma, a defesa refuta a acusação de ameaça contra testemunha, reiterando que não houve qualquer intimidação por parte do acusado Kauan.

A defesa confia que, sendo o processo conduzido de forma responsável e sem exageros, ficará demonstrado que os fatos não ocorreram conforme narrado na denúncia.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.