Um estudo realizado pelo Néias, Observatório de Feminicídios de Londrina, no norte do Paraná, apontou as características em comum observadas em casos de feminicídio na cidade. De acordo com o levantamento, cerca de 54% das mulheres vítimas desses tipo de crime são atacadas na própria casa.
Ao todo, o Observatório analisou 11 julgamentos realizados na cidade em 2021. Desses, seis mulheres foram atacadas em casa, quatro em via pública e uma no trabalho. Em relação ao estado civil das vítimas, seis estavam separadas do réu e, das cinco que não estavam, duas tentavam a separação. Dos casos analisados, três tinham medida protetiva por parte das vítimas. Entre uma das que não tiveram a medida, Sandra Mara Curti, o pedido foi indeferido e ela acabou morta.
Já em relação à acusação dos julgamentos estudados, quatro são de feminicídio consumado, cinco de tentado e dois de qualificado, por terem ocorrido em tempos anteriores à criação da Lei do Feminicídio, em 2015. Os principais motivos para o crime foram tentativa de separação e recusa em reatar o relacionamento com os companheiros.
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Perfil das vítimas e do agressor
A relação das vítimas e agressores varia de 15 a 25 anos de união, exceto por três casos em que a informação não foi obtida. A idade das mulheres, por sua vez, estava entre 21 e 53 anos e, a dos homens, de 19 a 53 anos, conforme o levantamento.
A pena dos julgamentos variou da absolvição – em um dos 11 casos – a 33 anos e quatro meses. Dois casos chegaram a ser desclassificados para lesão corporal, acarretando penas menores.