Um bebê de apenas dois meses de idade ficou morreu após uma farmácia vender colírio no lugar de remédio para enjoo e vômito. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou a drogaria na última quarta-feira (26).

bebê que morreu após tomar colírio
O bebê que ingeriu colírio foi identificado como Ravi Lorenzo (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A princípio, a farmácia foi condenada deverá pagar R$ 21 mil à família por danos morais. Conforme a apuração do portal Metrópoles, a drogaria alegou que a receita era “ilegível” e que os pais da criança tinham obrigação de ler a bula antes de medicar o filho.

Entretanto, a 33ª Câmara de Direito Privado do TJSP afirmou que a receita era sim legível e que, caso o atendente não conseguisse ler, deveria pedir ajuda ao farmacêutico responsável.  Além disso, a desembargadora Ana Lucia Romanhole Martucci reafirmou o erro do atendente ao vender um medicamento incerto.

“Na pior das hipóteses, em caso de não ser possível efetuar a venda do medicamento com a certeza que lhe incumbia, o farmacêutico responsável deveria negar a venda e solicitar a troca do receituário médico”, disse.

A desembargadora também falou que não é possível impor que os pais do bebê, que são uma diarista e um pedreiro, sejam culpados por não lerem a bula.

“A atribuição de verificação acerca da correção do medicamento vendido, uma vez que, ao procurarem uma rede de drogaria conhecida, tal como ocorreu, espera-se o atendimento por profissionais especializados”, afirmou ao Metrópoles.

Colírio que bebê ingeriu é contraindicado para menores de 2 anos

A princípio, o colírio que o bebê ingeriu antes de morrer seria o “tartarato de brimonidina”, contraindicado para crianças menores de dois anos. De acordo com a bula, o medicamento pode causar efeitos colaterais como diminuição do batimento cardíaco, dificuldade na respiração e coma.

Conforme a defesa dos pais do bebê, a receita seria para bromoprida, remédio conhecido que evita vômito e enjoo. Além de alegar que a receita estava ilegível, a farmácia usou a semelhança das caixas do medicamentos como justificativa do erro.

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Mariana Gomes

Repórter

Formada em Jornalismo pela PUCPR, especialista na área de Esportes, Cultura e Segurança, além de assuntos virais da internet e trends das redes sociais.

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