Cascavel - Genivaldo Oliveira dos Santos, o padre suspeito de abusos contra adolescentes e jovens, também é suspeito de ser proprietário de um carro envolvido em um atropelamento com morte. O motorista que conduzia o veículo ainda não foi identificado. Já o padre foi preso pelos abusos em Cascavel, no Oeste do Paraná.

Padre suspeito de abusos durante missa
Genivaldo era padre de uma paróquia na cidade de Cascavel (Foto: reprodução / RICtv)

Conforme informações apuradas pela RICtv Oeste, o acidente aconteceu em 12 de outubro de 2019, na Rua Panamá, próximo à Rua Florêncio Galafassi, no bairro Periolo, em Cascavel. Luis Edimar, de 30 anos, sofreu traumatismo cranioencefálico grave após ser atingido pelo carro. Equipes do Siate foram acionadas, mas apenas constataram a morte.

Na saída da delegacia, a mãe da vítima, Neusa falou rapidamente com a imprensa. Segundo ela, seis anos após o caso, as investigações sobre o atropelamento com morte foram iniciadas.

“Meu filho morreu igual a um cachorro. Até hoje ninguém fez nada, agora que o delegado vai começar a investigar”, disse Neusa.

O motorista realizou o teste do bafômetro, com resultado negativo. Desde então, a família afirma não ter recebido respostas sobre as circunstâncias do atropelamento.

Advogado nega que vereador auxiliou padre

O veículo foi encontrado posteriormente na residência do padre Genivaldo Oliveira dos Santos. Novas testemunhas foram chamadas a depor, incluindo pessoas que teriam presenciado o atropelamento, policiais que participaram do atendimento e o vereador Sidney Mazutti, que segundo a família da vítima, teria sido flagrado no local do acidente para ajudar o amigo Genivaldo. O advogado nega a informação.

“De forma espontânea, ele deu suas versões dos fatos. Essa versão de que o senhor Mazutti teria ido até o local do acidente, de alguma forma, feito algum ato, evitando a investigação, não procede. […] No dia do acidente, quem praticou o acidente foi devidamente identificado e foi preso. A autoridade policial esteve no local, houve isolamento no local para averiguar a situação que ocorreu o acidente, foi identificado o proprietário do carro, o condutor do veículo e adotada as medidas naquele momento”, disse o advogado do vereador.

Ainda, conforme o advogado, o padre tinha amizade com Mazutti.

“Ele frequentava, era confidente do padre, confessava e participava das missas. Não só com esse padre, mas com os antecessores dele. Então, ele estava semanalmente participando das atividades da igreja local”, complementou.

Advogado do padre diz que acidente é interpretado como “fatalidade”

Conforme o avogado do padre, o líder religioso prestou depoimento sobre o acidente e disse que o caso foi interpretado como uma fatalidade.

“O padre prestou apenas informações sobre o ocorrido. Ele não está sendo indiciado, não consta como eventual acusado, nem nada do gênero. Apenas prestou alguns esclarecimentos. O fato teria ocorrido no dia 12 de outubro. Nesse dia, estava acontecendo uma procissão e o padre também estava participando. Infelizmente, nesse fato que ocorreu — e que a gente também lamenta — a pessoa estava utilizando o veículo pessoal do padre, não o veículo da paróquia. Em princípio, era o veículo pessoal do padre, porém não há ligação direta”, iniciou.

“Eu já vi comentários dizendo: ‘Olha, pode estar vinculado a eventual abuso’. Mas não há nada do gênero. Na verdade, o que aconteceu foi uma fatalidade”, complementou.

Veja a reportagem completa

Saiba quem é o padre preso suspeito de abusos

O padre que foi preso em Cascavel suspeito de abusar sexualmente de jovens e adolescentes foi identificado como Genivaldo Oliveira dos Santos, de 41 anos. Ele foi detido durante a operação “Lobo em Pele de Cordeiro” no último domingo (24).

Ao todo, o católico trabalhou como sacerdote há 12 anos em diversas cidades do Oeste do Paraná. Durante esse tempo, Genivaldo teria abusado de ao menos sete vítimas, todos adolescentes de famílias carentes e que participavam de projetos da Igreja.

padre que foi preso em Cascavel
O padre foi preso em Cascavel por suspeita de pedofilia (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Segundo a investigação, o padre que foi preso em Cascavel era conhecido por ter um “padrão de comportamento predatório” desde a época em que ainda estava no seminário. Em 2010, ele teria tentado violentar outro seminarista.

A PCPR também identificou irregularidades na gestão financeira na paróquia onde o religioso atuou até 2024. Além disso, também foi descoberto que Genivaldo oferecia “terapias” em um consultório próprio, ato considerado exercício ilegal de medicina.

Padre que foi preso em Cascavel teve abusos acobertados durante anos

A investigação da PCPR também apontou que o antigo arcebispo de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos, acobertou os abusos sexuais cometidos pelo padre. De acordo com a delegada Thais Zanatta, Mauro teria protegido Genivaldo até sua morte, em 2021.

“Ele acabou passando pano para esses abusos cometidos por esse seminarista. Eles tinham um vínculo bem próximo e há relatos que esse arcebispo cometia assédios contra outros seminaristas, inclusive dentro da cúria”, explicou a delegada.

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Jonathas Bertaze

Repórter

Jonathas Bertaze é formado em Jornalismo desde 2023, pós-graduado em Assessoria, Gestão de Comunicação e Marketing e especializado na cobertura de pautas de Segurança, como crimes e acidentes, além de Cotidiano e Loterias, com resultados da Caixa Econômica.

Jonathas Bertaze é formado em Jornalismo desde 2023, pós-graduado em Assessoria, Gestão de Comunicação e Marketing e especializado na cobertura de pautas de Segurança, como crimes e acidentes, além de Cotidiano e Loterias, com resultados da Caixa Econômica.