Cascavel - A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga a Igreja Católica, por meio da Cúria de Cascavel, após possível intimidação de testemunhas de abusos. O padre Genivaldo Oliveira dos Santos, e o arcebispo, Dom Mauro Aparecido dos Santos, por abusar sexualmente de 13 pessoas, ao todo.
Polícia investiga Igreja Católica: 38 pessoas foram ouvidas
De acordo com o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), até o momento foram realizadas 38 oitivas no inquérito. Foram identificadas nove vítimas relacionadas ao padre investigado e quatro vítimas relacionadas ao falecido bispo Dom Mauro.
As apurações seguem em andamento, com a previsão de novas oitivas de pessoas que ainda não foram ouvidas. O interrogatório do padre investigado ainda não tem data definida. Segundo a Polícia Civil, ele será realizado “no momento processual oportuno, observando-se os princípios do contraditório e da ampla defesa”.
Durante os trabalhos, foi investigado que a Igreja Católica, por meio da Cúria de Cascavel, contratou advogado para acompanhar padres que prestaram depoimento como testemunhas. Nos relatos, eles afirmaram “que não foram eles próprios que contrataram a representação legal”. A autoridade policial avalia que essa medida pode ter sido utilizada como forma de captar informações do inquérito, que corre sob segredo de justiça, além de possível intimidação às testemunhas.
A Polícia Civil informou ainda que, em razão da gravidade dos crimes investigados e da preservação das vítimas, detalhes adicionais só serão divulgados quando não prejudicarem o andamento do inquérito. A população pode colaborar com informações por meio dos canais oficiais da instituição, sendo garantido o sigilo das denúncias.
O Portal Ric.com.br entrou em contato com a Cúria de Cascavel, mas ainda não obteve resposta.
Saiba quem é o padre preso suspeito de abusos
O padre que foi preso em Cascavel suspeito de abusar sexualmente de jovens e adolescentes foi identificado como Genivaldo Oliveira dos Santos, de 41 anos. Ele foi detido durante a operação “Lobo em Pele de Cordeiro” no último domingo (24).
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Ao todo, o católico trabalhou como sacerdote há 12 anos em diversas cidades do Oeste do Paraná. Durante esse tempo, Genivaldo teria abusado de ao menos oito vítimas, todos adolescentes de famílias carentes e que participavam de projetos da Igreja.
Segundo a investigação, o padre que foi preso em Cascavel era conhecido por ter um “padrão de comportamento predatório” desde a época em que ainda estava no seminário. Em 2010, ele teria tentado violentar outro seminarista.
A PCPR também identificou irregularidades na gestão financeira na paróquia onde o religioso atuou até 2024. Além disso, também foi descoberto que Genivaldo oferecia “terapias” em um consultório próprio, ato considerado exercício ilegal de medicina.
Padre que foi preso em Cascavel teve abusos acobertados durante anos
A investigação da PCPR também apontou que o antigo arcebispo de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos, acobertou os abusos sexuais cometidos pelo padre. De acordo com a delegada Thais Zanatta, Mauro teria protegido Genivaldo até sua morte, em 2021.
“Ele acabou passando pano para esses abusos cometidos por esse seminarista. Eles tinham um vínculo bem próximo e há relatos que esse arcebispo cometia assédios contra outros seminaristas, inclusive dentro da cúria”, explicou a delegada.
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Repórter
Jonathas Bertaze é formado em Jornalismo desde 2023, pós-graduado em Assessoria, Gestão de Comunicação e Marketing e especializado na cobertura de pautas de Segurança, como crimes e acidentes, além de Cotidiano e Loterias, com resultados da Caixa Econômica.
