Seis leitos do Hospital do Idoso Zilda Arns, em Curitiba, serão habilitados para atender pessoas com complicações clínicas devido a dependência de álcool e drogas, como insuficiência hepática, doenças pulmonares graves e diabetes descontrolada.

Os seis leitos vão funcionar em duas enfermarias no andar térreo do prédio do hospital (que fica no Pinheirinho), sendo três leitos em cada uma. Os pacientes serão atendidos pela equipe clínica no hospital com apoio de profissionais de saúde mental.

Em consequência da portaria do governo federal, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (07), a Secretaria Municipal da Saúde passa a receber recursos da União para a implantação e custeio desses leitos, além de R$ 24 mil para a implantação dos leitos. Isso significa um aporte de R$ 403.927,92 anuais para custeio e manutenção da estrutura.

Em Curitiba, estes são os primeiros leitos habilitados para o atendimento de usuários de álcool e drogas em hospitais gerais dentro do Plano Crack, do governo federal. Eles foram pactuados em 2012, começaram a funcionar no ano passado, mas só agora foram habilitados para receber os recursos federais.

O secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda, destacou que esse é um importante passo para o atendimento das pessoas com problemas psiquiátricos na cidade. “É necessário oferecer aos usuários de álcool e drogas e aos portadores de transtornos mentais a oportunidade de realizar o tratamento sem perder o vínculo com a sociedade, pois isso facilita a própria recuperação do paciente. Por isso o grande investimento que estamos fazendo na área de saúde mental, com a abertura de vagas em Centros de Atenção Psicossocial (Caps) 24 Horas e leitos em hospitais gerais”, comentou.

O diretor do Departamento de Saúde Mental da Secretaria da Saúde, Marcelo Kimati, lembrou que parte dos leitos nas Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas (UPAs) são utilizados por usuários de álcool e drogas em quadro de abstinência ou por intoxicação química, principalmente por causa do crack. “Os leitos do Hospital do Idoso serão utilizados como retaguarda das UPAs e dos Caps, que também recebem pacientes com agravo clínico pelo uso de substâncias químicas e que necessitam de internamento hospitalar”, explicou.

A abertura de leitos clínicos em hospitais gerais está prevista na portaria 148/2012, do Ministério da Saúde, e os serviços de referência credenciados receberão incentivos financeiros para investimentos e custeio.