Idoso voltou a respirar enquanto o corpo era preparado para velório em Londrina (Foto: Reprodução/RICTV Record)

Homem, de 68 anos, foi dado como morto na quinta-feira (22). Funcionária da funerária percebeu sinais vitais e chamou ambulância do Samu

Um idoso, dado como morto em um hospital de Londrina, na região norte do Paraná, voltou a respirar enquanto o corpo era preparado para o velório em uma funerária da cidade. O caso aconteceu na noite de quinta-feira (22). Os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram chamados e constataram que ele estava vivo.

Na tarde de quinta-feira, por volta das 16h, a família de Milton Alves de Souza, de 68 anos, foi comunicada sobre a morte do idoso. Ele estava internado há cerca de dez dias, por causa de uma úlcera na perna. Segundo o filho, Marcos de Souza, o homem piorou após uma pneumonia e a família foi chamada para se despedir do ente querido.

A família esperava a chegada do corpo em uma capela mortuária da cidade quando recebeu uma ligação relatando que o idoso havia voltado a respirar.

“Acho que ninguém viveu isso. Estávamos aguardando a chegada do corpo quando ligaram e falaram ‘olha aconteceu um imprevisto e seu pai está respirando, está vivo’. Na hora fiquei em choque”, contou.

O idoso estava em uma sala de preparação de corpos na Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina (Acesf). A funcionária que iria preparar o corpo disse que, durante o trabalho, percebeu alguns movimentos na barriga do idoso. Assustada, ela comunicou a situação inusitada aos colegas, que acionaram uma ambulância do Samu. Ao chegarem no local, os socorristas constataram que o homem ainda estava vivo.

O idoso foi entubado e encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia de Londrina em estado grave, mas sem risco de morte. 

A família do idoso comunicou a polícia sobre o engano por parte do hospital. Eles pretendem processar os responsáveis pelo diagnóstico. “A gente quer justiça, para que isso não aconteça com outras pessoas, afinal é uma situação complicada”, falou o filho.

A Secretaria  Estadual de Saúde (Sesa-PR), que administra o Hospital Anísio Figueiredo – onde o idoso estava internado desde o dia 13 de setembro – informou que o paciente recebia tratamento para pneumonia, mas também apresentava outros problemas sérios de saúde, como doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, entre outras situações crônicas.

A nota da Sesa-PR diz ainda que, na manhã de quarta-feira (21), o paciente teve quatro paradas cardiorrespiratórias e foi reanimado pela equipe do hospital. No entanto, às 12h20 da quinta-feira (22), houve nova parada cardiorrespiratória e não foi possível reanimar o paciente, sendo declarado o óbito e liberado o corpo para o sepultamento. A direção do hospital só teve conhecimento de que a equipe da Acesf verificou sinais vitais ao preparar o corpo para o velório pela imprensa. 

Para a secretaria, a hipótese mais provável é que o paciente tenha a síndrome de Lázaro, uma doença rara caracterizada pelo retorno espontâneo da circulação cardiorrespiratória após tentativas frustradas de reanimação.