O Brasil é um dos países que mais agridem mulheres do mundo. Prova disso é o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que registrou que o feminicídio aumento 4% entre 2017 e 2018. O problema é que muita coisa acontece antes da morte e, hoje, uma mulher é agredida a cada quatro minutos. Esse é um problema silencioso, já que as vítimas, muitas vezes, sentem vergonha de denunciar o agressor e os amigos e familiares não conseguem identificar uma vítima de violência doméstica.
O ciclo criado pelo agressor pode ser bastante longo. As manipulações podem começar sutis, o que dificulta o auxílio por parte das pessoas mais próximas. Por conta disso, é importante ficar atento a sinais que podem indicar que uma mulher está sendo violentada psicologicamente, patrimonialmente, sexualmente ou fisicamente.
Afastamento das pessoas próximas pode ser indicativo
Uma mulher que sofre violência doméstica tende a se afastar de amigos e familiares. O motivo disso é a vergonha e a negação, de acordo com a psicóloga Elaine Ianze. “Para ignorar o problema, muitas não externalizam o que passam. Além disso, existe o constrangimento e a cultura patriarcal de que a vítima tem culpa na violência que sofre”, aponta.
Por conta disso, é importante ficar atento quando uma mulher começa a se distanciar de pessoas e atividades que antes lhe causavam prazer. Isso também pode fazer parte da manipulação do agressor, que tem mais poder sobre uma mulher que se sente sozinha e que não tem vida social.
Depressão e tristeza sempre acompanham a violência doméstica
Outro fator a ficar atento é com relação ao estado de espírito da mulher. Se ela apresenta desânimo, fadiga excessiva e tristeza constante, é importante ficar de olho. A violência doméstica anula a mulher, que passa a se achar merecedora da situação e não sabe como sair dela.
Se você se deparar com alguém em uma situação assim, procure se mostrar disponível para conversar e mostrar apoio incondicional, entendendo que o único culpado é o agressor. “A vítima precisa se sentir acolhida. É uma pessoa cansada de sentir culpa e constrangimento, por isso, o melhor a oferecer é o contrário disso: compreensão”, lembra Ianze.
A profissional também destaca que a introspecção é um sinal evidente. Para evitar se emocionar, a vítima simplesmente prefere ficar quieta.
Quem acreditar que conhece alguém vítima de violência doméstica deve procurar orientar a mulher agredida e instruí-la a fazer uma denúncia por meio do telefone 180. Também é possível denunciar terceiros, ou seja, não é mais exigido que somente a vítima tome a iniciativa.