Vítima de disparos de policial federal faz desabafo: “Trabalho para poder cuidar dos meus filhos”
Uma das sobreviventes do tiroteio em um posto de combustíveis em Curitiba fez um desabafo nesta terça-feira (3). Internada em um leito no Hospital Cajuru, a mulher que levou três tiros na região do abdômen, revelou que o mínimo que espera é que o policial federal, autor dos disparos, permaneça preso.
No momento do crime, no último domingo (1), Priscila Dal Negro, que trabalha como motorista de aplicativo, estava com o companheiro fazendo um lanche no posto, localizado no bairro Cristo Rei. A mulher presenciou a ocorrência desde o início da discussão até o momento em que o policial federal Ronaldo Massuia da Silva disparou diversas vezes dentro da loja de conveniências do local.
Ao todo, quatro pessoas foram baleadas, sendo que uma delas morreu. Priscila foi atingida por três disparos e permanece internada com um dreno no pulmão. Em um vídeo gravado no hospital, a mulher mostrou indignação com a atitude do policial, que, segundo ela, fez tudo aquilo só porque estava irritado.
“O mínimo (que espero) é ele ficar preso, sem vida social, sem nada, porque ele não merece. Nós somos pessoas do bem, tenho filhos. Trabalho para poder cuidar deles e essa pessoa só porque estava irritada, só porque sei lá, acha que tem direito, e não tem. Tem que aprender muita coisa nessa vida. Ele tem que pagar pelo que fez. Não está fácil, está doendo muito, machucou demais. É muita indignação”,
declarou Priscila.
Assista ao depoimento da vítima:
O homem que estava com Priscila no posto de combustíveis também foi baleado. O rapaz, que trabalha como motorista de aplicativo, está no Hospital do Trabalhador e com problemas na visão. Um outro homem também foi ferido e está internado em estado estável.
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Prisão preventiva
Em uma audiência de custódia no Fórum Criminal de Curitiba, no início da tarde desta terça-feira (3), foi decretada a prisão preventiva do policial federal Ronaldo Massuia da Silva, detido após atirar em quatro pessoas em um posto de gasolina, causando a morte de uma delas, na noite de domingo (1), no bairro Cristo Rei, em Curitiba.
Pouco antes do início da audiência, motoristas de aplicativos se reuniram em frente ao Fórum em uma manifestação para pedir que o suspeito permanecesse preso. Na noite dos fatos, dois outros motoristas foram baleados na confusão e seguem internados em hospitais de Curitiba.