Curitiba - O rebaixamento para a Série B do Campeonato Paranaense, matematicamente decretado com a derrota para o Cianorte, na noite de quarta-feira (12), é apenas mais um de uma triste rotina do Paraná Clube nas últimas décadas. Agora, contando as quedas no estadual e em todas as divisões do Brasileirão, o Tricolor soma sete rebaixamentos, sendo cinco deles nos últimos sete anos.

Os seguidos fracassos põem em risco até mesmo a sobrevivência do clube, que sofre com a falta de calendário desde 2023, limitando-se às disputas estaduais. Assim, o Paraná mantém o futebol profissional em atividade por curtos períodos, de três ou quatro meses, a cada temporada. Situação que praticamente inviabiliza a montagem de equipes competitivas.
Essa bola de neve teve início com o rebaixamento na Série A do Brasileiro em 2018, seguido pela série de quedas nos anos seguintes. No entanto, a primeira grande decepção para os torcedores veio em 2007, com o primeiro rebaixamento na elite do Brasileirão.
Ano de extremos
Aquela temporada tinha tudo para ser histórica para o clube, mas por motivos muito mais nobres do que o rebaixamento. Isso porque, após uma brilhante campanha em 2006, quando foi o 6º colocado na Série A nacional sob o comando do técnico Caio Júnior, o Paraná disputou pela primeira (e única) vez a Libertadores da América.
A campanha na principal competição sul-americana foi bastante honrosa, ainda mais para uma equipe estreante. Depois de terminar a primeira fase em 2º lugar no grupo liderado pelo Flamengo, o Tricolor foi eliminado nas oitavas de final pelo Libertad, do Paraguai.

No entanto, a temporada que prometia ficar marcada na breve história do clube, fundado no final de 1989 com a fusão de Colorado e Pinheiros, teve uma sequência vexatória. Apesar de consagrar o artilheiro da competição, o atacante Josiel, que marcou 19 gols, o Paraná terminou na vice-lanterna, com apenas 41 pontos somados em 38 jogos (quatro pontos a menos que o Goiás, primeira equipe a escapar da queda).
A partir desse rebaixamento, foram 10 anos seguidos disputando a Série B, até a conquista do acesso em 2017.
Tropeço estadual
Ao longo deste período, o time ficou longe dos títulos que foram rotina nos primeiros anos de sua história. Após o primeiro título estadual em 1991, na segunda vez que disputou a competição, o Paraná se tornou em seguida a principal força do futebol paranaense. Entre 1993 e 1997 conquistou o pentacampeonato estadual. Mas só voltou a ganhar a competição mais uma vez, em 2006. Além disso, ganhou dois títulos nacionais: a Série B em 1992 e o Módulo Amarelo (uma espécie de segunda divisão) da Copa João Havelange, em 2000.
Distante das conquistas, o Tricolor passou a viver dias menos gloriosos com o surpreendente rebaixamento no Campeonato Paranaense de 2011. Com apenas seis vitórias em 22 jogos, o time foi o 11º colocado (entre 12 participantes) e caiu pela primeira vez para a Série B estadual. Mas garantiu o retorno à elite já na temporada seguinte, conquistando o título da então chamada Divisão de Acesso em 2012.
Amargo retorno à Série A do Brasileiro
Depois de acumular temporadas decepcionantes, o Paraná Clube finalmente conseguiu o sonhado retorno à elite do Brasileirão, com o 4º lugar na Série B de 2017. Entretanto, em 2018, novamente o ano que deveria ser de festa terminou em decepção.
Após uma campanha pífia, com apenas quatro vitórias em 38 partidas, o Tricolor foi o último colocado no Brasileirão, com 23 pontos. 20 a menos que o Vasco, primeira equipe a escapar do rebaixamento.
Quedas viram triste rotina
Afundado em dívidas e enfrentando diversos problemas administrativos, o Paraná Clube deu início então ao período mais difícil de sua história. Se em 2019 o clube ainda fez uma boa campanha na Série B, terminando em sexto lugar, os anos seguintes foram de sucessivas quedas.
Em 2020 veio o rebaixamento para a Série C do Brasileiro. Divisão que o clube havia disputado apenas em seu primeiro ano de competições, em 1990, quando foi o 3º colocado (garantindo o acesso para a Série B).
A queda para a 3ª Divisão veio com o 18º lugar na Série B de 2020, à frente apenas de Botafogo e Oeste, equipes do interior paulista.
Em seguida, o que parecia ser o fundo do poço foi ultrapassado por mais uma queda. O Tricolor foi apenas o 17º colocado na Série C de 2021, sendo então rebaixado para a Série D nacional. E como não conseguiu o acesso no ano seguinte e nem conquistou a vaga para a 4ª Divisão pelo Campeonato Paranaense, o Paraná ficou afastado das competições nacionais.
Rebaixamentos viram rotina também no Paranaense
Com o calendário se resumindo à disputa estadual, o Paraná então entrou em seu pior momento desde a fundação. Sem recursos para montar equipes competitivas, o time foi novamente rebaixado no Campeonato Paranaense de 2022.

O Tricolor foi o último colocado e ainda perdeu diversos mandos de campo para a temporada seguinte. Isso porque torcedores invadiram o gramado da Vila Capanema e tentaram agredir os jogadores.
Depois de duas temporadas na Série B estadual, com o 5º lugar em 2023 e o título em 2024, o Paraná voltou à divisão principal agora em 2025. E novamente transformou a euforia da torcida, que lotou os estádios na temporada passada, em decepção, com o terceiro rebaixamento local.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui