As vendas de imóveis residenciais em Curitiba cresceram 4% em relação a 2022, totalizando 7.643 unidades comercializadas (quase 640 por mês). O Valor Geral de Vendas (VGV) das unidades vendidas também acompanhou o crescimento, alta de 23,8%, chegando a R$ 5,4 bilhões. Isso evidencia o aquecimento dos segmentos de luxo e superluxo, que registraram recorde de comercialização. Os dados são da mais recente pesquisa imobiliária realizada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. A pesquisa enquadra imóveis residenciais de luxo como aqueles com valor variando de R$ 1,5 milhão a R$ 3 milhões. De superluxo, acima de R$ 3 milhões.
Segundo o diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi-PR e sócio dirigente da Brain, Fábio Tadeu Araújo, o desempenho do mercado imobiliário na capital do Paraná em 2023 é considerado como “muito positivo”. O crescimento de 4% nas vendas se contrapõe, por exemplo, à queda de 1% do mercado nacional. “É um mercado de muita força e dinamismo”, afirma Araújo.
Além disso, o crescimento em ofertas lançadas dos padrões luxo e superluxo ficou bem acima da média do mercado como um todo, que engloba outros quatro segmentos (especial, econômico, standard e médio). Essa média de crescimento foi de 10,6%. Ou seja, o luxo, com 19,5%, e o superluxo (24,1%) subiram em ofertas lançadas respectivamente quase o dobro e duas vezes e meia mais que o mercado imobiliário em Curitiba de forma geral.
“O ano de 2023 foi o melhor ano para o mercado de luxo e superluxo em Curitiba. Houve um recorde nas vendas desses dois segmentos, que foram os dois também com maior crescimento em oferta lançada”, assinala Araújo. Para 2024, a projeção é de que esse desempenho se repita. “Este ano tende a ser, de novo, de recorde de lançamento e de vendas no mercado de luxo e superluxo”.
O mercado de imóveis comerciais, fortemente impactado pela pandemia, também mostra sinais de recuperação em Curitiba. Segundo a pesquisa da Ademi-PR/Brain, o número de salas comerciais vendidas no ano passado foi 18,1% maior do que o mesmo período de 2022, embora em quantidade bem mais modesta se comparado ao setor residencial (235 unidades). O VGV das salas comerciais vendidas também cresceu no período: alta de 66,8 %, alcançando a marca de R$ 127,1 milhões.
O estudo revela ainda que houve valorização, tanto para os imóveis residenciais (9,5%), quanto para os comerciais (4,4%). No caso do residencial, quase o dobro da inflação apurada no período, tendo em vista que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 4,62% em 2023. Dessa forma, o preço médio do metro quadrado privativo dos apartamentos novos chegou a R$ 12.140,00 e o das salas comerciais a R$ 12.222,00, em Curitiba.
O diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi-PR entende que é possível manter o otimismo para 2024. A conjuntura econômica está favorável para o mercado imobiliário, aponta, citando a inflação em queda, a geração de empregos, a renda em alta e a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para em torno de 2%. Ainda, a tendência de cortes na taxa básica de juros (Selic). A estimativa é a de que a selic termine 2024 entre 9 e 10%.
A variação da taxa de juros impacta diretamente no valor do financiamento imobiliário, tanto em relação ao acesso ao crédito pelo comprador, quanto para a concessão de recursos para as construtoras e incorporadoras viabilizarem os seus lançamentos imobiliários. “É possível esperar um ano melhor, diante da situação macroeconômica favorável”, prevê Araújo.