Passageiros dos ônibus metropolitanos podem estar pagando tarifa mais cara que o necessário

por Giselle Ulbrich
com informações de Erick Mota, da RICtv
Publicado em 24 jan 2023, às 19h55. Atualizado às 19h56.

Uma auditoria no sistema de transporte coletivo metropolitano de Curitiba, feito pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), apontou 21 irregularidades na operação do sistema. Entre eles, é a falta de transparência na bilhetagem eletrônica.

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Como a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) não tinha controle da bilhetagem, existe a possibilidade dos usuários estarem pagando tarifa a mais (ou a menos) do que ela realmente custa para manter o sistema.

Outra irregularidade é a de que as empresas estavam cobrando do governo estadual um subsídio maior do que elas realmente necessitam, já que os dados fornecidos não eram fiscalizados e auditados. O valor era pago conforme a quantidade que elas declaravam.

Ainda como consequência da falta de controle da bilhetagem, a empresa que operam o sistema de bilhetagem tinha acumulado R$ 34,8 milhões, referentes aos créditos vencidos dos usuários. O governo estadual já está descontando esse valor do subsídio que paga mensalmente às operadoras, já que o valor deve voltar ao sistema de transporte para equilibrar o preço da tarifa.

Ainda entre os problemas detectados, existe a falta de controle da qualidade do serviço, o que leva a coletivos cada vez mais lotados e demorados.

Existe também outro inconveniente detectado no sistema atual, sem licitação. Não há qualquer plano de contingência, para manter ou retomar o funcionamento do sistema em caso de crise ou catástrofe. Ou seja, o sistema ia parar de operar e milhares de passageiros ficariam sem deslocamento pela região metropolitana por tempo indeterminado.

Outra questão apontada pelo TCE é que a metodologia de cálculo sobre a depreciação da frota estava levando o governo a pagar valores maiores do que deveria.

Das 21 irregularidades apontadas pelo TCE, seis foram sanadas. Outras 15 devem ser resolvidas, inclusive com a realização de licitação para que empresas operem o sistema metropolitano. O pregão deve ocorrer até março. Até o momento, nenhuma autoridade explicou por qual motivo o sistema ficou 10 anos operando sem licitação, somente com a contratação direta de empresas.

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