Justiça concede prisão domiciliar para Jorge Guaranho, acusado de matar petista

por Giselle Ulbrich
com colaboração de Fidel Júnior, da RICtv Oeste
Publicado em 10 ago 2022, às 21h20. Atualizado em: 11 ago 2022 às 18h46.

O policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar a tiros o guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, saiu do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, na noite desta quarta-feira (10). Mas ao contrário do esperado, de que seria transferido para um presídio, ele acabou indo para prisão domiciliar.

A decisão da prisão domiciliar foi tomada à contragosto pelo juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu. Ele havia determinado que o réu fosse enviado a algum presídio, após a alta hospitalar. No entanto, o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, que receberia o preso, informou à Justiça nesta quinta-feira, já depois que Guaranho teve alta, durante a tarde, que não tem estrutura técnica adequada para fornecer os cuidados de saúde que o paciente ainda necessita.

“Não bastasse a absurda situação de se constatar a total incapacidade técnica do Estado em cumprir a
ordem judicial que decretou a prisão preventiva do réu, tem-se a inacreditável omissão em comunicar
tempestivamente a sua inaptidão”,

argumenta revoltado o juiz em sua decisão, falando do CMP.

Sem ter outra opção ou local para tansferir Guaranho, o juíz determinou que o réu fosse para prisão domiciliar, monitorado com tornozeleira eletrônica. Ele não está autorizado nem a sair de sua casa, no bairro Laranjeiras, em Foz do Iguaçu, a não ser que seja uma necessidade de tratamento médico.

Os advogados do policial penal já tinham feito dois pedidos de prisão domiciliar à Justiça, que foram negados. Apesar de ter conseguido o benefício de permanecer em casa, a decisão pode ser por pouco tempo, pois o juíz já solicitou uma busca, até mesmo em Santa Catarina e São Paulo, de presídios que possam receber o réu.

Discordância política

O MPPR ofereceu denúncia contra o policial penal Jorge Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por expor terceiros ao perigo. Segundo os promotores do caso, Tiago Lisboa Mendonça e Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva, o motivo fútil se refere a discussão “desencadeada por preferências político-partidárias antagônicas”.

A denúncia foi aceita pela Justiça no dia 20 de julho, o que deu início à ação penal.

O assassinato ocorreu no dia 9 de julho. Arruda comemorava seus 50 anos, numa festa temática com o Partido dos Trabalhadores (PT), numa associação de Foz do Iguaçu. Guaranho foi uma primeira vez ao local, “provocar” o aniversariante. Depois voltou armado e atirou no petista, que conseguiu revisar e também baleou Guaranho. Arruda morreu minutos depois e Guaranho foi socorrido. Veja a dinâmica dos fatos clicando aqui.

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