Advogados de defesa não comparecem ao tribunal e júri do 'Maníaco da Torre' é adiado

por Renan Vallim
com informações de Evandro Mandadori, da RICtv
Publicado em 9 jun 2022, às 09h59.

O quinto júri popular de Roneys Fon Firmino Gomes, de 47 anos, conhecido como Maníaco da Torre, foi adiado pelo não comparecimento dos advogados de defesa do réu. Ele seria julgado pelo homicídio de Mara Josiane, que foi a última vítima do maníaco antes de ser preso, em 2015. O júri estava marcado para a manhã desta quinta-feira (9) e já tem nova data.

A advogada Josiane Monteiro Bichet de Oliveira, que defende o réu, apresentou um atestado médico que determinava repouso a ela. A advogada está com o tornozelo quebrado e, por isso, solicitou o adiamento do júri.

O Ministério Público, parte acusatória no processo, argumentou que Roneys ainda poderia ser submetido ao julgamento, visto que ele possui mais um advogado de defesa, William Francis de Oliveira. O argumento foi acatado e o juiz manteve o júri.

No entanto, argumentando que a defesa de Roneys ficaria comprometida sem um dos advogados, os defensores do réu não compareceram ao julgamento na manhã desta quinta-feira. Pela falta, o juiz aplicou uma multa a William no valor de 30 salários mínimos, o que equivale a R$ 36.360.

A defesa já afirmou que irá recorrer da multa. Os advogados inclusive acionaram a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Curitiba para observar o caso. O novo júri foi marcado para o dia 13 de abril de 2023. Em documento, o Ministério Público diz que a postura da defesa é “uma afronta ao Poder Judiciário e à sociedade maringaense”.

Crimes

Mara Josiane teria sido a última vítima de Roneys antes de ser preso, em 2015. O corpo da mulher, que tinha 36 anos, foi encontrado na área rural de Maringá. Em júri popular, o réu vai responder pela ocultação do cadáver e pelo homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, por asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Preso desde 2015, quando foi descoberto, Gomes já foi condenado em março de 2019 a 21 anos e quatro meses de prisão pela morte de Ednalva José da Paz, ocorrida em 2010. Já em dezembro de 2019, ele foi condenado a 23 anos e quatro meses pela morte de Silmara Aparecida de Melo, em 2012.

Em maio deste ano, ele foi absolvido do crime de homicídio, mas condenado a um ano e quatro meses pela ocultação do cadáver de uma mulher – que nunca foi identificada. Já em junho, ele foi condenado a 31 anos, onze meses e um dia de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver de Roseli Maria de Souza.

À época da prisão, ele confessou os crimes contra prostitutas. Em juízo, tem negado as autorias. Ao todo, Gomes é formalmente acusado de seis homicídios, mas a polícia diz acreditar que tenham sido pelo menos 13 vítimas. Este foi o terceiro júri popular do Maníaco da Torre.

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