Motorista que cruzou canaleta e atropelou motociclista irá a júri popular

Publicado em 13 abr 2022, às 11h25. Atualizado às 17h05.

O juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, determinou nesta terça-feira (12), que Cassiane Araújo Aires seja submetida a júri popular. A jovem, de 25 anos, atropelou um motociclista em junho de 2021 e fugiu do local sem prestar socorro à vítima. Imagens de câmeras de segurança flagraram a motorista em um bar pouco antes do acidente e o delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) confirmou que a mulher estava bêbada.

No momento da colisão, na madrugada de um sábado, o motociclista Mozart Martins, de 32 anos, seguia pela Avenida Sete de Setembro, no bairro Rebouças, em Curitiba, quando foi surpreendido pela motorista. Próximo ao cruzamento com a rua Nunes Machado, o motoboy foi atingido por um veículo que cruzou a canaleta exclusiva para ônibus e causou a colisão.

Mozart chegou a ficar 10 dias internado e foi submetido a várias cirurgias. 

Júri popular

A sentença de pronúncia desta terça-feira indica que Cassiane Aires seja julgada em júri popular. A decisão assinada pelo juiz Daniel Surdi aponta que a justiça acatou a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

A decisão ainda cabe recurso, porém algumas medidas cautelares foram estabelecidas. Cassiane terá que comparecer em juízo para comprovação de atividades, segue a proibição de contato com testemunhas do caso e mantém a suspensão do direito de dirigir veículo automotor.

O advogado que representa Mozart comemorou a decisão do juiz, apenas de destacar que a defesa deve recorrer.

“É uma grande vitória. Tanto pra mim como advogado, como para o Mozart e sua família e para todos os motoboys que acompanham o caso. Esta sentença em primeiro grau, mesmo podendo ser alvo de recurso, é uma grande vitória”,

declarou o advogado Caetano Valdeci, que ainda parabenizou o Ministério Público pelo esforço.

Atualização

Em entrevista ao programa Balanço Geral, Curitiba, o advogado contou que o juiz pronunciou Cassiane pelo crime de homicídio simples e pelo crime de omissão de socorro. “Ela não fez nada para preservar a vida do Mozart, ela correu o risco que ele falecesse no local, não parou para prestar socorro, não diminuiu a marcha e continuou em fuga”.

Mozart também conversou com a equipe da RICtv, o rapaz relatou que ainda se recupera do acidente e não conseguiu voltar ao trabalho.

“Não posso mais trabalhar, as sequelas permanentes vão ser pro resto da vida. Braço, pernas, hoje não consigo mais correr, nem brincar com o meu filho, são várias dificuldades na minha vida”,

disse a vítima.

Defesa de Cassiane

A defesa de Cassiane Aparecida Araújo Aires informou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, pois ainda existem pontos técnicos a serem discutidos.

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