Pacheco vai tratar de ameaça de filho mais novo de Bolsonaro à CPI, diz Omar Aziz
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vai tomar providências no caso da ameaça feita por Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, à CPI da Covid do Senado pelas redes sociais, informou o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), na manhã desta terça-feira (21).
A integrantes da CPI, Omar Aziz disse ter conversado mais cedo com Pacheco, que, segundo o presidente da comissão, se solidarizou com o colegiado e disse que é inaceitável e absurdo esse tipo de comportamento seja de quem for.
“Ele (Pacheco) vai tomar providencias como presidente do Senado. Não é uma coisa à parte, é uma coisa do núcleo todo do Senado”, afirmou o presidente da CPI.
Aziz não detalhou o que poderia ser feito.
Na segunda-feira (20), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) havia apresentado um requerimento para convocar o filho de Bolsonaro.
Na justificativa do pedido, que tem de ser aprovado pela comissão, Vieira citou que é preciso esclarecer os vínculos que mantém com o suposto lobista, advogado e empresário Marconny Albernaz assim como falar sobre as “ameaças feitas a esta Comissão Parlamentar de Inquérito através de vídeo em loja de armamentos”.
Nesta terça, vários senadores da CPI também defenderam a investigação da conduta de Jair Renan, seja por meio de uma convocação ou de encaminhamento do caso para a Justiça ser apurado o crime de ameaça.
“Quem tem esse linguajar é marginal”, disse Omar Aziz.
“É mais um filho do presidente que não recebeu educação”, afirmou o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). “Essas ameaças de um fedelho como esse não vão intimidar de forma alguma esta comissão parlamentar de inquérito”, reforçou.
Até mesmo o senador Marcos Rogério (DEM-RO) chamou o comportamento de Jair Renan como “inapropriado”. Ainda assim o senador governista argumentou que não seria o caso de convocá-lo para a CPI. Marcos Rogério disse que no vídeo divulgado pelo filho do presidente “não via nenhuma ameaça a quem quer que seja”.
Após uma série de debates, o presidente da CPI não se manifestou sobre os pedidos de convocação e sugeriu que o encaminhamento será dado pelo presidente do Senado.
Por Ricardo Brito