(Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro sancionou integralmente, na sexta-feira (11), o Projeto de Lei Complementar 11, que altera a cobrança do ICMS sobre os combustíveis, segundo informação da Secretaria-Geral da Presidência.

Bolsonaro defende há meses a mudança na cobrança no ICMS, um imposto estadual, tentando passar boa parte da responsabilidade da alta dos preços dos combustíveis aos governadores, apesar de a Petrobras seguir uma regra de paridade, que faz com que considere o preço internacional do petróleo e a variação do câmbio no Brasil na definição inicial do preço.

Aprovado pelo Senado na quinta-feira e pela Câmara dos Deputados na madruga de sexta-feira, o projeto institui uma nova sistemática de cobrança do ICMS, por meio de um regime de monofasia, incluindo uma regra de transição emergencial para o diesel.

Pelo texto, as alíquotas serão definidas pelos Estados, mas precisam cumprir exigências, dentre elas a que sejam uniformes em todo o território nacional –podendo ser diferenciadas por produto– e a necessidade de serem específicas, por unidade de medida adotada.

Atualmente, lembra o comunicado da Secretaria-Geral da Presidência, as alíquotas do ICMS variam conforme os entes subnacionais e as bases de cálculo do ICMS tomam como parâmetro o preço que o produto apresenta em uma venda em condições de livre concorrência.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comemorou a sanção do projeto por Bolsonaro.

“A sanção do ICMS dos combustíveis é uma vitória dos brasileiros e uma conquista do Congresso”, disse Lira em sua conta no Twitter.

“A lei simplifica a incidência do ICMS sobre os combustíveis, traz uniformidade para sua cobrança e dilui o peso da carga tributária incidente em toda o processo produtivo”, acrescentou.

Lucro e subsídio

Neste sábado o presidente voltou a criticar os lucros da Petrobras, que na quinta-feira anunciou um forte reajuste de cerca de 25% no preço do diesel e de quase 19% para a gasolina nas refinarias.

“Tenho uma política de não interferir… para mim, particularmente falando, é um lucro absurdo que a Petrobras tem num momento atípico no mundo”, disse o presidente a jornalistas, segundo reportagens da mídia.

A Petrobras teve um lucro líquido recorde de R$ 106,7 bilhões em 2021, principalmente devido ao avanço de 77% do preço do barril do petróleo no período e valores mais altos dos combustíveis.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro, o preço internacional do petróleo passou a ficar ainda mais pressionado para cima.

Sobre a possibilidade da adoção de subsídio para os combustíveis, Bolsonaro disse, segundo reportagens, que isso passa pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

(Redação São Paulo)

12 mar 2022, às 18h58. Atualizado em: 13 mar 2022 às 12h51.
Mostrar próximo post
Carregando