Como garantir a boa nutrição de cães e gatos

por Pauline Machado
Jornalista e Acadêmica de Medicina Veterinária
Publicado em 5 out 2022, às 00h58. Atualizado às 11h01.
Já faz tempo que a alimentação de cães e gatos deixou de ser considerada apenas o meio de saciar a fome e garantir sua sobrevivência. Com o avanço da ciência e a preocupação dos tutores em proporcionar mais qualidade de vida aos pets, ela passou a ser compreendida como um dos cuidados fundamentais para reduzir o risco de doenças e promover mais saúde e longevidade aos animais. E como saber se a nutrição está adequada a este propósito?
A avaliação nutricional dos cães e gatos é tão importante que é considerada pela Associação Mundial de Medicina Veterinária de Pequenos Animais (World Small Animal Veterinary Association – WSAVA) como o quinto parâmetro vital, acompanhando os sinais de temperatura, pulso, respiração, coloração das mucosas e tempo de preenchimento capilar. E assim como acontece com os demais sinais, deve ser considerada parte da rotina clínica e realizada a cada consulta, a fim de prevenir distúrbios como a obesidade, que se tornou a doença metabólica mais comum em cães e gatos, e de detectar alterações que podem indicar enfermidades diversas e graves. Por isso, o médico-veterinário tem papel fundamental para assegurar uma nutrição de qualidade, orientando o tutor sobre o alimento ideal e como oferecê-lo ao seu pet.
Se a nutrição equilibrada fornece a demanda energética ideal para cada momento e fase da vida do pet, fortalece a imunidade e ainda reduz as chances de uma série de doenças, uma má nutrição tem o efeito contrário e pode, inclusive, diminuir sua expectativa de vida. “Um estudo científico da Universidade de Illinois, em conjunto com as Universidades de Michigan, Cornell, Filadelfia e Pensilvânia, mostrou que cães que não tiveram um controle nutricional durante a vida apresentaram maior incidência de sobrepeso e viveram 1,5 anos a menos, quando comparados a cães que receberam esse cuidado ao longo da vida”, alerta Mariana Fragoso, médica-veterinária da Adimax e mestre em nutrição de cães e gatos. 
Mariana destaca que, geralmente, os animais de companhia têm uma única fonte de alimento, seja ele comercial ou feito em casa. “Por isso, a avaliação nutricional é tão importante, para garantir que ele receba, por meio deste alimento que será recomendado pelo veterinário de confiança, todos os nutrientes que necessita nas quantidades ideais”.
A nutrição de cães e gatos está muito avançada e atualmente, é possível até encontrar alimentos exclusivamente direcionados a animais que apresentam alguma condição clínica específica, como para animais com hipersensibilidade alimentar, obesos, com osteoartrite, para cães e gatos no processo de recuperação de condições críticas (como traumas, pós-cirúrgico, caquexia, anorexia, hiporexia e convalescença), cães e gatos com doença renalcrônicaentre outras. “O diferencial destes alimentos, chamados de coadjuvantes, é a composição. O equilíbrio nutricional é feito conforme a necessidade de cada enfermidade, para que eles auxiliem no controle da doença, melhorando a qualidade de vida e proporcionando maior longevidade aos cães e gatos. Seu uso deve ser feito sempre mediante prescrição de um médico-veterinário, que irá orientar o tutor, inclusive, quanto à porção a ser ofertada ao animal”, explica Mariana. 
A variedade de alimentos disponíveis no mercado é enorme. Já existem opções naturais e orgânicas, preparadas com ingredientes frescos e selecionados, livres de transgênicos e conservantes, que atendem a um nicho em franco crescimento. Com tantas opções, é natural que os tutores tenham muitas dúvidas de qual é o alimento ideal para seus pets, por isso, a orientação do médico-veterinário é fundamental, até mesmo para educar o tutor a não transferir eventuais maus hábitos alimentares aos animais. O objetivo é assegurar a saúde, a qualidade de vida e a longevidade a esses membros das famílias.

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